‘É assustador ver ao vivo tantos bandidos fugindo pela mata’, diz procurador sobre fuga de 400 traficantes na Rocinha

“É assustador ver, em tempo real, tantos bandidos fugindo pela mata. Só vendo mesmo para acreditar”. As frases foram ditas pelo o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, sobre a fuga de cerca de 400 traficantes armados


“É assustador ver, em tempo real, tantos bandidos fugindo pela mata. Só vendo mesmo para acreditar”. As frases foram ditas pelo o procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio José Campos Moreira, sobre a fuga de cerca de 400 traficantes armados registrada por drones com visão noturna durante operação na Rocinha, na Zona Sul do Rio, no último sábado. A ação, conduzida pelos grupos de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Rio e do Ceará, e também pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope), teve como alvo criminosos cearenses ligados ao Comando Vermelho, escondidos em mansões e prédios da comunidade.

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— Daí a importância dessa nossa integração com os Gaecos e polícias de outros estados no combate ao crime organizado. Eles ostentam fuzis — afirmou o procurador-geral de Justiça do Rio.

Bandidos do CV do Ceará e do Rio com fuzil fogem pela mata em operação do Bope

Os criminosos estavam escondidos em ao menos duas mansões e dois prédios na Rocinha, todos com estrutura de alto padrão, como piscinas aquecidas e áreas gourmet. Os imóveis serviam para abrigar 110 integrantes da facção, que chegaram ao Rio após serem expulsos de seus territórios no Nordeste.

Segundo os promotores envolvidos, embora já se soubesse da presença de dezenas de traficantes cearenses, a dimensão da fuga — em bloco e pela mata — escancarou o poder de articulação do grupo. Campos Moreira classificou a aliança entre os criminosos do Rio e do Ceará como um “consórcio do Comando Vermelho”.

As investigações apontam que os cearenses vêm recebendo apoio logístico e até treinamento dos criminosos locais, incluindo instruções sobre as rotas de fuga pela mata, que ligam a Rocinha a áreas nobres como Gávea e Jardim Botânico. O vídeo captado pelos drones mostra que muitos dos criminosos agem com formação militar e armamento pesado.

A operação foi coordenada do Quartel-General da PM, no Centro do Rio, de onde o governador Cláudio Castro e promotores acompanharam, ao vivo, as imagens transmitidas pelos drones e helicópteros. Participaram cerca de 400 policiais militares, além de 80 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio. A ofensiva visava a cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.

Promotores do Gaeco do Ceará relataram que a facção é marcada por extrema violência e costuma filmar execuções e esquartejamentos como forma de controle interno e intimidação. Segundo eles, a ordem é usar o terror como instrumento de poder.

Apesar da fuga, a operação localizou e mapeou a estrutura usada para abrigar os foragidos. As investigações sobre o grupo criminosos seguem em andamento.



Conteúdo Original

2025-06-05 10:23:00

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