DPU pede que Polícia Federal investigue morte de Juliana Marins | Rio de Janeiro

Juliana Marins compartilhou fotos das suas viagens pela Ásia nas redes sociais – Reprodução / Redes Sociais Juliana Marins compartilhou fotos das suas viagens pela Ásia nas redes sociaisReprodução / Redes Sociais Publicado 01/07/2025 12:33 | Atualizado 01/07/2025 12:42 Rio




Juliana Marins compartilhou fotos das suas viagens pela Ásia nas redes sociaisReprodução / Redes Sociais

Rio – A Defensoria Pública da União (DPU) pediu que a Polícia Federal investigue a morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que ocorreu depois de quedas em uma trilha na Indonésia. O objetivo é saber se houve omissão por parte das autoridades do país asiático e assegurar a correta apuração do caso.

O ofício foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (30). A DPU deseja a instauração de um inquérito policial em busca de esclarecer as circunstâncias da morte, permitindo a responsabilização de terceiros, caso haja elementos comprovatórios.

Segundo Manoel Marins, pai da publicitária, o guia da excursão pelo Monte Rinjani deixou a jovem sozinha na trilha, após ela reclamar de cansaço. Ele teria ido fumar um cigarro e retornado somente 40 minutos depois, mas não encontrou Juliana no local.

“Os culpados, no meu entendimento, são o guia, que deixou Juliana sozinha para fumar, 40 ou 50 minutos, e tirou os olhos dela. A empresa que vende os passeios, porque são vendidos em banquinha como sendo trilhas fáceis de fazer. Mas o primeiro culpado, que eu considero o culpado maior, é o coordenador do parque. Ele demorou a acionar a Defesa Civil”, disse o homem em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

Também nesta segunda, a Advocacia-Geral da União (AGU) comunicou que cumprirá voluntariamente o pedido de nova autópsia no corpo da publicitária. A solicitação foi feito pela DPU e o novo exame tem previsão de acontecer assim que o corpo chegar no Brasil, nesta terça-feira (1º).
Representando os interesses da família da jovem, a demanda da DPU se sustenta nas dúvidas geradas pela certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia, que não esclareceu o momento da morte após a primeira queda na trilha do vulcão.

A DPU destacou que a nova autópsia deve ocorrer em no máximo seis horas após a aterrisagem em território brasileiro, a fim de garantir a preservação de evidências.

“Isso pode prejudicar a determinação exata da causa da morte, e interesses legais ou investigativos, já que a família necessita de confirmação da data e horário da morte, a fim de apurar se houve omissão na prestação de socorro pelas autoridades indonésias e instruir demanda buscando a responsabilização civil e investigação residual criminal”, disse a defensora Taísa Bittencourt na petição enviada à Justiça Federal.

Os detalhes de como e onde será feita a nova autópsia serão definidos em reunião, nesta terça, quando serão indicadas as responsabilidades de cada ente federativo. A Polícia Federal se colocou disponível para para colaborar com o traslado do corpo até o Instituto Médico Legal (IML) que for designado, caso seja essa a medida definida pelas instituições.

Questionada sobre a possibilidade de investigação do caso, a PF ainda não respondeu. O espaço está aberto para manifestação.

Laudo feito por autoridades indonésias

A autópsia, realizada na Indonésia na última quinta-feira (26), revelou que a morte aconteceu 20 minutos depois do trauma provocado por uma das quedas. Os ferimentos causaram danos a órgãos internos e hemorragia. De acordo com o médico-legista Ida Bagus Putu Alit, o impacto causou sangramento na cavidade torácica, além de fraturas pelo corpo.

O especialista ainda acrescentou que o corpo não tinha sinais de hipotermia, pois não havia ferimentos provocados pela condição, como lesões nas pontas dos dedos.

Juliana pode ter morrido dias depois da primeira queda. Ainda segundo Alit, em entrevista à rede de TV BBC Indonésia, a morte teria ocorrido na quarta-feira (25), entre 1h e 13h no horário local – equivalente a entre 14h de terça-feira (24) e 2h da madrugada de quarta no horário de Brasília. A estimativa foi feita com base nas condições do corpo, removido do local no mesmo dia.

Apesar disso, o especialista afirmou que é difícil determinar com precisão o momento exato da morte, já que fatores como a forma de transporte do corpo e as condições climáticas locais podem interferir nas análises.

A publicitária sofreu uma queda na trilha do Monte Rinjani, na província Sonda Ocidental, no dia 21 deste mês. No mesmo dia, ela foi encontrada por turistas espanhóis, que passaram a monitorá-la, fazendo fotos e vídeos, inclusive com uso de um drone. As imagens mostraram a vítima sentada em uma área inclinada, aparentemente com dificuldade de se levantar.

No dia 23, a niteroiense foi localizada novamente por um drone, já sem movimentos, indicando falta de sinais vitais, depois de descer ainda mais no penhasco. De acordo com a família, o corpo estava a cerca de 650m de distância do local da primeira queda quando o resgate ocorreu no dia 25.



Conteúdo Original

2025-07-01 12:33:00

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