MC Poze foi preso na última quinta-feira (29)Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Rio – A defesa do cantor MC Poze, preso na última quinta-feira (29), pediu Habeas Corpus nesta sexta-feira (30). O documento alega que houve uma “espetacularização da prisão” por parte da Polícia Civil.
No pedido, protocolado pelo Alexandre Manoel Augusto Dias Júnior, é alegado que o artista “não ultrapassou os limites da liberdade de expressão” e que há uma “perseguição”.
“A ação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é seletiva e evidencia a perseguição à arte periférica. Fosse o paciente um artista ‘do asfalto’, certamente a prisão não ocorreria. O paciente não ultrapassou os limites da Liberdade de Expressão, uma vez que ele canta a realidade dos morros cariocas”, diz um trecho do pedido de HC compartilhado pelo “Uol”.
Outro trecho do documento cita que “é cabível o presente habeas corpus diante da clara ilegalidade da prisão temporária, utilizada como forma de prisão antecipada e repressão simbólica à manifestação cultural do paciente”.
Em nota ao DIA, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que o pedido ainda será analisado.
Apologia e ligação com o crime
Poze foi preso por apologia ao crime e suspeita de envolvimento com o Comando Vermelho. Os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) o encontraram em casa, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
O MC foi levado para a Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte, onde prestou depoimento. A mulher dele, Viviane Noronha Geovanini, conhecida como Vivi Noronha, chegou ao local pouco depois. O advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso, informou que não foram encontradas armas na casa dele. Os agentes apreenderam uma BMW X6, avaliada em R$880 mil, joias, celulares e documentos.
De acordo com as investigações, Poze realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados com armas de grosso calibre, como fuzis, garantindo a “segurança” do artista e do evento.
Ainda de acordo com a DRE, esses eventos são estrategicamente utilizados pela facção para aumentar seus lucros com a venda de drogas, revertendo os recursos para a aquisição de mais drogas, armamentos e outros equipamentos necessários à prática de crimes.
Além disso, a investigação identificou que o repertório das músicas entoadas por ele faz clara apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incita confrontos armados entre facções rivais.
2025-05-31 17:51:00