A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou como “crime intolerável” a declaração feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na qual o parlamentar diz que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também podem ser alvos de suspensões de vistos e sanções do governo americano. A petista acrescentou que a família do ex-presidente pratica “chantagem cada vez mais indecente” para livrar jair Bolsonaro do julgamento da trama golpista.
“A ameaça de Eduardo Bolsonaro aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, é um crime intolerável contra a soberania e a democracia no Brasil. A conspiração desse traidor da pátria com os agentes de Donald Trump descamba para uma chantagem cada vez mais indecente, exigindo anistia de Jair Bolsonaro e impeachment de Alexandre Moraes para suspender sanções dos EUA ao Brasil”, escreveu Gleisi.
“Perderam a eleição, nunca reconheceram o resultado, tentaram dar um golpe, assassinar o presidente eleito, e agora querem uma intervenção estrangeira no Judiciário e no Congresso do nosso país. E ainda querem se passar por vítimas. Esse crime de lesa-pátria não pode ficar impune”, finalizou a ministra.
Em entrevista na manhã desta sexta-feira ao programa Oeste com Elas, transmitida pelo YouTube, Eduardo Bolsonaro afirmou que Alcolumbre e Motta (Republicanos-PB) também podem ser sancionados pelo governo americano.
— O Davi Alcolumbre não está nesse estágio ainda, mas certamente está no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado e não acontecer nada com o visto dele, se ele não der respaldo ao regime. E também o Hugo Motta, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da lei da anistia — disse o deputado. — Se o Brasil não conseguir pautar a anistia e o impeachment do Alexandre de Moraes, a coisa ficará ruim.
Durante a entrevista, o deputado também comentou sobre a aplicação de sanções Magnitsky. Segundo informações da jornalista Natuza Nery, da GloboNews, há expectativa de que elas sejam colocadas em prática ainda hoje. No entanto, segundo Eduardo, elas podem ser seguidas por outras resoluções de Trump.
— O Trump tem um arsenal na mesa dele, e, pode ter certeza, ele não utilizou esse arsenal todo. Caso venha, talvez até hoje, quem sabe, Deus queira, a Lei Magnitsky contra o Alexandre de Moraes, esse vai ser só mais um capítulo dessa novela. Não será o último — acrescentou.
2025-07-25 14:14:00