Comando Vermelho: como reunião de presos comuns e políticos formou facção

A megaoperação da polícia carioca contra o Comando Vermelho reacendeu a curiosidade sobre o surgimento da facção, a segunda maior do Brasil. A história é contada por William da Silva Lima no livro 400×1: Uma História do Comando Vermelho. Ele


A megaoperação da polícia carioca contra o Comando Vermelho reacendeu a curiosidade sobre o surgimento da facção, a segunda maior do Brasil. A história é contada por William da Silva Lima no livro 400×1: Uma História do Comando Vermelho. Ele e outros companheiros criaram o código de conduta que deu origem ao CV. O criminoso morreu em agosto de 2019, aos 76 anos.

Mais conhecido como “Professor”, William foi preso em 1971 no Instituto Penal Cândido Mendes, em Ilha Grande, no Rio de Janeiro. A convivência entre presos comuns e presos políticos da Ditadura Militar, com o aval do Professor, deu origem à chamada “Falange Vermelha” — hoje conhecida como Comando Vermelho. O surgimento da facção, há quase 50 anos, tinha como objetivo inicial combater os maus-tratos sofridos por detentos no local.

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Com a Lei da Anistia, que libertou presos políticos da Ditadura Militar em 1979, os detentos comuns — em sua maioria assaltantes de banco — passaram a investir em fugas e no tráfico de drogas.

Em 1978, um ano antes da promulgação da lei, foram registradas mais de 100 fugas do “Caldeirão do Inferno”, como era conhecido o Instituto Penal Cândido Mendes. Pouco depois, entre 1983 e 1986, o Comando Vermelho começou a atuar fora dos presídios e se expandiu rapidamente por todo o país.

Hoje, o CV é considerado a segunda maior facção criminosa do Brasil e a principal do Rio de Janeiro.

Megaoperação com mortes

Subiu para 132 o número de pessoas mortas durante a megaoperação deflagrada nessa terça-feira (28/10) contra o Comando Vermelho (CV). A informação foi confirmada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Esta já é considerada a ação policial mais letal da história do estado.

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram ao menos 72 corpos para a Praça São Lucas, no interior da comunidade, na madrugada desta quarta-feira (29/10).

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Segundo relatos, os cadáveres foram encontrados na área de mata localizada entre os complexos do Alemão e da Penha, onde, na terça-feira (28), foi realizada a maior e mais letal operação policial da história do estado.

De acordo com o último balanço preliminar do governo fluminense, ao menos 64 pessoas morreram na terça e 81 foram presas. Entre os mortos, há quatro policiais – dois civis e dois militares.

A megaoperação, que mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares, escancarou a intensificação do confronto entre o Estado e o Comando Vermelho (CV). Investigadores afirmam que a facção opera com poder de fogo capaz de enfrentar tropas de elite de forma prolongada e coordenada.



Conteúdo Original

2025-10-29 12:30:00

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