Castro defende Polícia Civil após prisão de MC Poze do Rodo: ‘Responsabilidade foi da Justiça’

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), saiu em defesa da Polícia Civil nesta quinta-feira (5), após críticas à prisão do MC Poze do Rodo. O funkeiro foi preso no dia 29, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho, e


O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), saiu em defesa da Polícia Civil nesta quinta-feira (5), após críticas à prisão do MC Poze do Rodo. O funkeiro foi preso no dia 29, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho, e solto na segunda-feira (2) por decisão do Tribunal de Justiça, que concedeu habeas corpus. Durante a entrega de novas viaturas da PM, no Aterro do Flamengo, na Zona Sul, Castro afirmou que a responsabilidade pela prisão foi da Justiça, que entendeu haver “materialidade” para a detenção. O governador também rebateu as acusações de que a polícia e o estado estariam tentando criminalizar o funk.

  • ‘É assustador ver ao vivo tantos bandidos fugindo pela mata’: diz procurador sobre fuga de 400 traficantes na Rocinha
  • ‘Caveirão do crime’: PM realiza operação no Morro do Dendê, na Ilha do Governador

— Eu sou músico. Então, o negócio de criminalizar músico não existe aqui. Isso jamais acontecerá. O que aconteceu foi uma investigação da Polícia Civil que foi remetida ao Judiciário, e o Judiciário decretou a prisão. Não foi a polícia que chegou lá e prendeu. A polícia fez uma investigação, levou ao Judiciário e o Judiciário entendeu que ali tinha indícios de autoria e materialidade para prender um cidadão. Não é porque ele é MC, músico — disse o governador à Rádio CBN nesta manhã.

O cantor e compositor de funk Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, de 26 anos, o MC Poze do Rodo, foi preso numa ação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e apologia ao crime. O funkeiro foi preso em casa, num condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, Zona Norte, chegou ao local algemado, sem camisa e descalço, conduzido de cabeça baixa por dois policiais. Para o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, as letras e shows do funkeiro exaltam o Comando Vermelho (CV) e disseminam o que a polícia definiu como “narcocultura”.

Quatro dias depois, o desembargador Peterson Barroso Simão, do Tribunal de Justiça do Rio, revogou a prisão temporária do cantor, por considerá-la desproporcional. Em sua decisão, o magistrado fez duras críticas à forma como a prisão foi conduzida. Ele destacou que “há indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente.”

Dezenas de bandidos do CV do Ceará e do Rio com fuzil fogem pela mata em operação do Bope

Durante o evento, o governador também comentou sobre as imagens de cerca de 400 traficantes armados com fuzil numa área de mata na Rocinha, comunidade na Zona Sul do Rio. A movimentação foi gravada por um drone durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), no último sábado (31), como parte de uma ação conjunta das polícias e de promotorias do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ceará.

Questionado sobre um possível vazamento de informações da operação, ele culpou a polícia do estado nordestino.

— Se houve, com certeza foi do pessoal da polícia de lá. Daqui, a gente tem a tranquilidade de ter os nossos dados muito compartimentados. É óbvio que como é uma investigação de lá, tudo foi compartilhado com o Ceará. Eu acho que tem que haver uma investigação, sim, de quem cedeu essas imagens. Porque quem cede para o jornalista pode ter cedido para pessoas que não deveriam ter acesso àquelas imagens — disse Castro ao g1, também nesta manhã.

As imagens foram publicadas pela jornalista Vera Araújo, do GLOBO, no blog Segredos do crime, na tarde desta quarta-feira. A gravação, feita do alto, mostra cerca de 400 traficantes do Comando Vermelho (CV), entre eles alguns vindos do Ceará, fortemente armados e em fuga pela mata.

A operação foi deflagrada para capturar lideranças de organizações criminosas cearenses que estariam escondidas na Rocinha, na Zona Sul do Rio. A ação, com objetivo de cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, mobilizou 80 agentes das tropas especializadas da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio (CSI/MPRJ), do Comando de Operações Especiais (COE) — que reúne o BOPE, o Batalhão de Choque e o Primeiro Comando de Policiamento de Área — e equipes das corporações cearenses. Não houve prisões e um policial militar ficou ferido.



Conteúdo Original

2025-06-05 17:01:00

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE