Os laudos ainda estão em elaboração e serão analisados pelos policiais para o andamento da investigação, informa a Secretaria de Segurança Pública do estado. A morte da professora foi inicialmente registrada como latrocínio, o roubo seguido de morte, e o carro da vítima estava desaparecido desde então. Nos últimos dias, porém, a polícia passou a investigar também a hipótese de homicídio.
- Investigação: Polícia volta a ouvir ex-esposa de professora morta em SP
Bonin foi achada morta com sinais de estrangulamento em um terreno na Avenida João Paulo da Silva, em Interlagos. A vítima saiu de casa, no bairro do Jaguaré, por volta das 19h do domingo passado (27), após receber uma ligação da ex-esposa, Fernanda Fazio, pedindo ajuda com um carro quebrado. A ex-companheira de Bonin voltou a prestar depoimento à Polícia Civil na sexta-feira (2).
O veículo de Fazio será periciado, segundo informações do Estadão, para ver se teve problemas na caixa de câmbio, conforme ela relatou à polícia. De acordo apuração do jornal, os investigadores viram inconsistências no depoimento inicial da ex-companheira de Bonin.
Bonin e Fazio foram casadas por oito anos. As duas tinham duas filhas e, segundo o relato de Fazio à polícia, estavam separadas e em processo de reconciliação. No depoimento da sexta, Fazio voltou a detalhar o chamado de ajuda feito à ex-companheira na noite do crime, segundo o portal g1.
Bonin foi filmada saindo do edifício onde morava, mas nunca chegou à Avenida Jaguaré, onde a ex-companheira afirmava precisar de ajuda com o carro. Fazio disse à polícia que o veículo teria voltado a funcionar e que reportou o sumiço da professora no dia seguinte, após a vítima não comparecer ao trabalho. Bonin foi encontrada morta em um terreno baldio, vestida e com sinais de estrangulamento no pescoço.
Segundo o g1, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) acionou o grupo de Perfilamento Criminal para atuar na investigação. A equipe usa técnicas de análise comportamental para auxiliar na identificação da autoria do crime e também estuda o perfil da vítima. O grupo conta com profissionais especializados, delegados, psicólogos e peritos.
Bonin era professora de matemática e dava aula na Beacon School, uma escola particular de alto padrão na capital paulista. Era formada na USP e especializada em necessidades especiais na educação pela Universidade MacEwan, do Canadá. Foi velada e sepultada na manhã de quarta no Memorial Jardim, em Santo André.
Em nota, a Beacon School afirmou que “está extremamente comovida com a notícia sobre o falecimento da querida professora” e que ela “marcou profundamente a vida de muitos estudantes e colegas com sua dedicação, gentileza e compromisso com a educação, e deixará muita saudade”.
Vitória, Bruna, Fernanda: feminicídios
Nos últimos meses, outras mulheres foram encontradas mortas na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. Em 27 de fevereiro, a jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi morta quando voltava do trabalho, em Cajamar.
O Ministério Público denunciou Maicol Santos, de 23 anos, pelos crimes de feminicídio, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual. Segundo as investigações, ele stalkeava a vítima nas redes sociais antes de cometer o crime. Em sua confissão, disse que matou Vitória porque eles teriam tido um relacionamento no passado, mas a jovem estaria ameaçando contar a suposta traição à esposa dele. A versão é contestada por amigos e familiares da menina.
Já neste mês, uma estudante da USP foi encontrada morta na Zona Leste de São Paulo. Bruna Oliveira da Silva, de 28 anos, sumiu após sair da estação Corinthians-Itaquera, da Linha 3 (Vermelha) do Metrô, quando voltava para casa. Ela desapareceu no dia 13 de abril e seu corpo foi encontrado no dia 16, em um estacionamento, seminu e com marcas de agressão. Imagens de câmeras de segurança mostraram que ela foi seguida por um homem após sair do metrô.
A polícia concluiu que o principal suspeito pela morte de Bruna foi um homem chamado Esteliano José Madureira, de 43 anos. Um dia após a divulgação de sua identidade, o homem foi encontrado morto na Avenida Morumbi, a cerca de 30 quilômetros de onde ocorreu o crime contra a jovem, em Itaquera. O corpo dele tinha cerca de dez perfurações, ou de faca ou de espada, segundo a polícia.
O delegado Rogério Thomaz, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apontou o tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC) como a principal linha de investigação para a morte de Madureira.
O veículo de Fazio será periciado, segundo informações do Estadão, para ver se teve problemas na caixa de câmbio, conforme ela relatou à polícia. De acordo apuração do jornal, os investigadores viram inconsistências no depoimento inicial da ex-companheira
2025-05-04 11:11:00