– Foto 134 DP/Divulgação
Durante a fiscalização em estabelecimento na Zuza Mota, foram encontrados produtos com data de validade vencida
Foto 134 DP/Divulgação
Campos – A Vigilância Sanitária (Visa) está articulada contra o comércio de bebidas alcoólicas falsificadas em Campos dos Goytacazes (RJ). Nesta quarta-feira (8), realizou operação de fiscalização em vários estabelecimentos do ramo no município, com o apoio do Grupamento de Operações Especiais (GOE) da Guarda Civil Municipal (GCM). Parte dela contou com apoio da 134ª Delegacia de Polícia (134ª DP).
A ação integra a “Operação Gole Fatal”, deflagrada em todo o Estado para combater a venda de bebidas adulteradas ou contaminadas com metanol. No caso de Campos, sete estabelecimentos foram vistoriados, em diferentes pontos, sob a coordenação da diretora da Visa, Vera Cardoso de Melo.
No Parque Calabouço, em Guarus, foi encontrada grande quantidade de garrafas originais vazias, produtos sem nota fiscal e bebidas com validade vencida, algumas há sete anos em um dos comércios: “Havia cervejas, vodkas, energéticos, sucos, refrigerantes e água com gás fora da validade; além de alimentos como queijos, molhos e espetinhos também vencidos”.
Segundo a diretora, diante das irregularidades e do risco à saúde pública, a equipe da Visa solicitou apoio da Polícia Civil, que participou tendo à frente a delegada titular Carla Tavares. Todo o material foi apreendido e encaminhado para descarte, que será acompanhado pelo responsável pelo estabelecimento.
Em um depósito de bebidas na Avenida Zuza Mota, Carla Tavares diz que também várias irregularidades foram detectadas: “No local foram encontrados produtos expostos à venda com data de validade vencida e bebidas sem nota fiscal, o que impossibilita a comprovação da origem e autenticidade do produto”, comenta.
RISCO À POPULAÇÃO – Vera Cardoso assinala que as irregularidades encontradas configuram grave ameaça à saúde do consumidor e podem estar relacionadas à prática de falsificação de bebidas: “Em uma operação como essa, que tem foco no combate ao uso do metanol, a procedência da bebida é o ponto mais importante”.
A diretora ratifica que as bebidas sem nota fiscal impedem rastrear a origem: “Além disso, havia até um contador de bebidas, usado para colocar líquidos de origem desconhecida em garrafas de marcas conhecidas. Isso é fraude e representa um risco enorme à população. A presença de garrafas originais vazias é um dos principais indícios de falsificação”.
Segundo a diretora da Visa, essas garrafas são vendidas pela internet, lavadas e reabastecidas com produtos de procedência desconhecida: “Há suspeita de que, em alguns casos, utilizem metanol nesse processo de lavagem, o que é extremamente perigoso. Esse é o tipo de prática que queremos coibir com a operação”.
PRINCIPAIS SINAIS – Segundo Vera, nos outros locais vistoriados, os problemas foram falhas na documentação e no armazenamento: “Os estabelecimentos estão autuados e com prazo para apresentar defesa”, relata orientando sobre os sinais mais comuns de falsificação, entre eles lacres fora do padrão e selos do IPI irregulares ou aplicados pela metade.
“O consumidor deve sempre observar o lacre”, aponta explicando: “Uma garrafa original faz um pequeno barulho ao ser aberta e o lacre nunca volta a se alinhar com o rótulo. Além disso, a parte interna da tampa deve ter uma pequena bolinha que impede a entrada de líquido. Se estiver furada ou ausente, é sinal de adulteração”.
A fiscalização terá desdobramento. Novas operações estão programadas: “O alerta vale para todos, comerciantes e consumidores: o cuidado com a origem da bebida é essencial para evitar tragédias. Nossa fiscalização continua em toda a cidade, com foco total na proteção da população”, conclui Vera Cardoso.
2025-10-08 23:34:00