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— A produção diária chegava a 120kg de cobre granulado. Considerando que o valor do metal no mercado informal é de aproximadamente R$ 40, eles faturavam R$ 4.800 por dia — afirma o delegado Daniel Rosa, ao elucidar a profissionalização da atividade.
Polícia Civil encontra galpão de reciclagem clandestina de cobre furtado em Mesquita
Conforme as investigações, a aparelhagem custou em torno de R$ 60 mil aos cofres dos criminosos, um gasto justificável frente aos retornos obtidos a partir dela. Antes, eles queimavam os fios para extrair o cobre, prática mais reconhecida no meio.
Presos em flagrante, Fernando Alves de Souza, André Lucas dos Santos e Geraldo Manoel da Silva disseram que estavam apenas a serviço de um proprietário, que não compareceu à delegacia, mesmo após ser notificado. Sem antecedentes criminais, eles foram autuados por receptação qualificada.
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No interior do galpão, além do cobre já processado, foi encontrada uma vasta quantidade de material em diferentes fases do processo de descaracterização para reuso. O espaço não possuía qualquer tipo de autorização para funcionamento ou nota fiscal do material apreendido, informaram os policiais.
Os fios chegavam com revestimento, eram cortados, descascados e passavam por uma máquina especializada, usada para granular o cobre, detalharam os agentes. O produto final era armazenado em sacos para revenda.
Negócio lucrativo para o crime
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Durante seis meses, a Polícia Civil do Rio investigou um esquema de furto de fios de cobre, que envolve empresários de ferros-velhos e traficantes do Comando Vermelho. Sete pessoas foram presas há duas semanas, incluindo a mulher do chefe do grupo, preso ano passado com auxílio da Polícia Civil do Paraná. O jornalista Ricardo Lyra Ribeiro é investigado como articulador dos furtos e da lavagem de dinheiro do crime. Mais de R$ 200 milhões movimentados pela quadrilha foram bloqueados pela Justiça.
Em entrevista após as prisões, Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio, destacou que o furto dos fios era “extremamente estruturado”. Homens ligados a Ricardo recrutavam pessoas com habilidades técnicas em eletricidade para executarem os crimes. Eles forjavam uniformes e crachás de concessionárias de energia e chegavam às subestações com alvarás falsos, usados para justificar a entrada nos locais.
Segundo o delegado Jefferson Ferreira, titular da Delegacia de Roubos e Furtos, os homens entravam nos canos e usavam caminhões para fazer a retirada dos cabos. O uso desses veículos chegava a causar danos às subestações. Esses “técnicos” recebiam cerca de R$ 200 por furto.
Após a retirada ilegal, os materiais eram levados para depósitos em comunidades do Comando Vermelho. Os depósitos também são chamados, pela polícia, de ferro-velhos, recicladoras e galpões. Neles, os cabos eram desencapados, fracionados e queimados, extraindo-se, posteriormente, o cobre. Na operação de quinta, os agentes foram a duas unidades no Fallet-Fogueteiro, favela entre Santa Teresa e Rio Comprido chefiada pelo Comando Vermelho. Também houve a descoberta de um galpão na Avenida Brasil, altura de Campo Grande, onde foram apreendidas 200 toneladas do material. O prejuízo à quadrilha é estimado em R$ 10 milhões pela polícia.
2025-05-07 06:30:00