Luiz Felipe Mattos de Souza foi preso em RealengoReprodução
Rio – A Polícia Civil prendeu em flagrante, nesta quarta-feira (30), um integrante de uma quadrilha especializada em fraudes eletrônicas que causou um prejuízo de R$ 152 mil a um morador da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. Luiz Felipe Mattos de Souza foi detido no bairro de Realengo, na Zona Oeste.
Em depoimento na 37ª DP (Ilha do Governador), a vítima relatou que os criminosos se passaram por atendentes da central de segurança de um banco. Durante a falsa ligação, os golpistas alegaram que um empréstimo suspeito havia sido contratado em nome da pessoa e a orientaram a fazer uma transferência via Pix para o cancelamento da operação.
A vítima enviou R$ 59 mil para a conta bancária de Luiz Felipe e outras quantias para suspeitos que ainda não foram localizados. Além disso, a quadrilha usou os dados dela para pegar um empréstimo de mais de R$ 60 mil.
Os agentes da distrital rastrearam a movimentação financeira e localizaram Luiz Felipe. Ele confessou que emprestou sua conta bancária em troca de receber um pagamento de R$ 1,5 mil. De acordo com o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP (Ilha do Governador), a organização criminosa possui estrutura articulada, envolvendo captadores de contas, falsos atendentes bancários, operadores financeiros e beneficiários finais.
“O acusado integra uma associação criminosa estruturada, com divisão de tarefas bem definida, voltada à prática de estelionatos eletrônicos, furtos mediante fraude, falsa identidade, uso de documentos e outros. A colaboração voluntária do preso, ao emprestar sua conta e fornecer senhas bancárias, foi determinante para a consumação do golpe. O grupo se utiliza de técnicas sofisticadas de engenharia social e de meios tecnológicos para simular atendimentos legítimos e induzir as vítimas a realizar transferências sob pretexto de cancelar operações suspeitas”, pontuou o delegado.
Santoro alerta para que a população não realize transferências e nem forneça senhas por telefone, por mais que o interlocutor se identifique como representante da instituição financeira. Em caso de suspeita de golpe, a orientação é procurar imediatamente o banco e registrar ocorrência em uma delegacia.
Luiz Felipe foi autuado em flagrante por estelionato virtual e associação criminosa. As investigações seguem para identificar e prender os demais integrantes do esquema.
Alerta
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que criminosos estão criando novas abordagens para aplicar golpes, como o do acesso remoto, que ficou popularmente conhecido como golpe da “mão fantasma.” As estratégias usam técnicas de engenharia social, que consistem na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais ou faça transações em favor das quadrilhas.
A Febraban fez o primeiro alerta em agosto de 2022. Neste crime, o autor entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário de banco. Usa várias abordagens para enganar o cliente: informa que a conta foi invadida, clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras táticas. Em alguns casos, diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos os dados que estão no celular.
“O banco nunca liga para o cliente pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo ou ferramenta em seu celular. Se receber um contato com este pedido, desligue o telefone na hora e ligue de um outro telefone para os telefones oficiais de seu banco, que estão no verso de seu cartão”, alerta Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Faria também acrescenta que os bancos também nunca ligam pedindo senha nem o número do cartão ou ainda para que o cliente faça uma transferência ou qualquer tipo de pagamento para supostamente regularizar um problema na conta.
2025-07-31 08:58:00