Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, teve o maior aumento percentual no número de roubos de veículos entre os bairros da cidade em 2024. Foram 16 registros, quatro vezes mais do que os 4 casos de 2023. O bairro, que tem 11.950 habitantes segundo o Censo 2022, não registrava número tão alto desde 2020. Os dados estão disponíveis na ferramenta interativa Mapa do Crime, do GLOBO.
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Outro dado que chama atenção é o roubo de celular, que também cresceu: passou de 13 ocorrências em 2023 para 21 no ano seguinte — um aumento de 61,5%. Esse também é o maior número registrado desde 2020. Já os roubos a pedestres caíram 44,4%, indo de 27 para 15 casos. O número representa o segundo menor índice do período.
Por fim, os assaltos em coletivos permaneceram zerados pelo segundo ano consecutivo. O último registro de roubo em ônibus na região foi feito em 2022, com quatro casos.
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Qual é a diferença entre roubo a pedestre e roubo de celular?
Os crimes de roubo a pedestre e roubo de celular, que até podem acontecer ao mesmo tempo, são registrados de forma separada pelas autoridades — e há um motivo para isso. O roubo a pedestre — também chamado de roubo a transeunte — se refere à subtração de qualquer bem pessoal feita com ameaça ou violência enquanto a vítima caminha pela rua, podendo incluir bolsas, carteiras, joias, entre outros itens.
Já o roubo de celular, como o nome indica, diz respeito exclusivamente aos casos em que o aparelho é o alvo do assalto. O telefone pode alimentar a engrenagem do crime de diversas formas: pode ser desbloqueado e usado para transferências bancárias, revendido de forma clandestina ou até desmontado para a venda de peças.
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Entenda o que é o Mapa do Crime
Quais são os bairros mais perigosos do Rio? Onde os roubos avançaram? Qual é o horário menos seguro para caminhar pela vizinhança? Para ajudar a responder essas perguntas e entender a dinâmica da violência na cidade, o GLOBO desenvolveu o Mapa do Crime, uma ferramenta interativa de monitoramento de roubos no Rio com dados inéditos de delitos por bairros. Disponível no site do jornal, o mapeamento disponibiliza informações sobre quatro crimes diferentes — roubos de celular, a transeunte, de veículo e em coletivo — em 147 bairros diferentes da capital.
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A ferramenta foi produzida a partir de microdados de mais de 250 mil registros de ocorrências obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O órgão, responsável por compilar as estatísticas da segurança no estado, divulga mensalmente indicadores divididos por áreas de batalhões e delegacias — que abrangem, na maioria dos casos, vários bairros. Buscando entender dinâmicas criminais hiperlocais, o GLOBO solicitou dados mais precisos de localização dos crimes e recebeu informações sobre os bairros onde cada ocorrência foi registrada, menor unidade territorial disponibilizada pelo ISP. É a primeira vez que indicadores criminais no Rio são divulgados com esse nível de detalhamento.
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* estagiária sob supervisão de Rafael Galdo.
2025-07-30 09:00:00