A Associação Brasileira de Imprensa anunciou na quarta-feira que tomará três iniciativas jurídicas e institucionais contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A organização cita como justificativa para o processo “as violências cometidas pela Polícia Legislativa”, na sessão do dia anterior. Na ocasião, houve o cerceamento ao trabalho dos jornalistas que faziam a cobertura da tentativa do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em obstruir os trabalhos da Casa.
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As três iniciativas contra Motta são:
- Representação na Procuradoria Geral da República (PGR), por crime de responsabilidade pelo fato ocorrido no interior da Câmara de Deputados, com afetação ao direito à liberdade de imprensa e expressão;
- Informe-Denúncia Internacional à Relatoria Especial de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA;
- Representação na Comissão de Ética da Câmara de Deputados contra Mota, por quebra de decoro parlamentar e infração disciplinar.
“Diante da gravidade dos fatos narrados e das possíveis violações à liberdade de imprensa, ao direito à informação, à transparência pública e à integridade física de jornalistas e parlamentares, requer a Associação Brasileira de Imprensa a instauração de inquérito pelo Ministério Público Federal para apurar de forma rigorosa as circunstâncias e responsabilidades pelas condutas ocorridas no plenário da Câmara dos Deputados”, diz a representação, assinada pelo advogado Carlos Nicodemos, em nome da ABI, encaminhada à PGR.
Veja vídeo do cerceamento a jornalistas na Câmara
Imprensa é retirada da galeria da Câmara
Após saber que sua cassação seria votada em plenário na quarta-feira, Glauber ocupou a cadeira de Motta e declarou que dali não saía.
Policiais legislativos, então, resolveram expulsar repórteres do plenário e das galerias para que não houvesse registro do momento em que o parlamentar fosse retirado da cadeira.
No momento em que policiais se preparavam para retirar Glauber à força, os sinais da TV Câmara foram cortados e a programação foi interrompida.
Quando o deputado estava sendo retirado do plenário pela mesma polícia legislativa, profissionais de imprensa foram empurrados no Salão Verde por policiais.
Agentes da polícia legislativa afirmaram ser necessário abrir um corredor para a passagem do parlamentar e, em seguida, começaram a agredir jornalistas no local, que fica perto da entrada do plenário.
Na redes sociais, Motta disse ter determinado a “apuração de possíveis excessos em relação à cobertura da imprensa”.
2025-12-11 16:12:00



