Assassinato trágico de jovem comprova que câmera nas fardas é imprescindível

A história chocante dos PMs que mataram um morador de rua em São Paulo é demonstração eloquente de como as câmeras nas fardas se tornaram imprescindíveis para restabelecer a verdade nas operações e abordagens policiais controversas. O caso aconteceu em


A história chocante dos PMs que mataram um morador de rua em São Paulo é demonstração eloquente de como as câmeras nas fardas se tornaram imprescindíveis para restabelecer a verdade nas operações e abordagens policiais controversas. O caso aconteceu em 13 de junho. Inicialmente, os agentes alegaram que o jovem estava alterado e tentou tirar a arma de um dos policiais, motivando os disparos. Os vídeos das câmeras corporais contaram história diferente.

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O jovem, desarmado, foi abordado por volta de 20h30 perto do Parque Dom Pedro II, e levado para trás de uma pilastra, onde a cena não poderia ser observada. Após uma hora, período em que os agentes o fotografaram, um policial disparou três tiros de fuzil. Um deles atingiu o rapaz na cabeça. Nas imagens, ele aparece chorando pouco antes de ser alvejado. Para o Ministério Público, houve “execução sumária”. O porta-voz da PM, coronel Emerson Massera, chamou a ação de “abominável”. Os dois PMs estão presos.

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Ao registrarem boletim de ocorrência, os PMs relataram ter estacionado a viatura sob o Viaduto 25 de março, quando foram surpreendidos pelo jovem. Ainda segundo os policiais, ele contou que era procurado por estupro e agressão. Pela versão dos PMs, no momento em que o levariam à delegacia, tentou agarrar a arma de um deles. As imagens desmentiram essa versão.

Embora os PMs só tenham ligado a câmera depois dos disparos, as imagens já haviam sido gravadas automaticamente e enviadas para a central de monitoramento da polícia. Quando outros policiais chegaram ao local, um deles avisou que as cenas eram gravadas, e outro comentou que era preciso “dar uma olhada nas gravações”.

Trata-se de mais um episódio em que as câmeras restauram a verdade. Em julho, a análise de imagens revelou que dois PMs haviam atirado num jovem desarmado, já rendido, durante ação na favela de Paraisópolis, em São Paulo. O vídeo mostra que, apesar de ele não ter oferecido resistência, um dos agentes disparou dois tiros, o outro mais um. Eles não sabiam que as imagens eram captadas pelo equipamento de um policial que não participava diretamente da cena. Os dois PMs foram presos. Em novembro do ano passado, câmeras mostraram um PM atirando à queima-roupa num estudante de medicina desarmado em São Paulo.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) relutou em manter as câmeras corporais no início do governo, mas acertou em dar prosseguimento ao programa bem-sucedido. O equipamento é usado em vários países como forma de garantir a transparência das ações policiais, reduzir a letalidade e assegurar a integridade, tanto do cidadão quanto dos agentes. Acusações falsas contra os policiais podem também ser facilmente desmentidas pelas câmeras. Ainda há, é certo, muita resistência a seu uso. Um desafio para as forças de segurança é evitar que as imagens sejam sabotadas por danos ao equipamento ou ações deliberadas para ocultá-las. Mesmo com essas dificuldades, a cada dia comprova-se com mais convicção que são essenciais.



Conteúdo Original

2025-08-08 00:09:00

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