Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, de 22 anos, se entregou na tarde desta segunda-feira na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca. Ela estava foragida e é apontada pela polícia como mandante da morte de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 24 anos, no dia 4 de novembro em Sepetiba, na Zona Oeste da capital. A motivação do crime, segundo a especializada, seria a disputa de guarda da enteada, razão de desavenças com Laís.
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Gabrielle se entregou à polícia por volta das 16h, acompanhada pelo advogado Diogo Macruz. Ele conta que ela decidiu se entregar devido ao medo de ser linchada e também porque a mãe estava sendo procurada frequentemente pela polícia.
— Foi decisão dela. Ela me procurou na tarde ontem, dizendo que queria se entregar. A sociedade estava querendo linchá-la, então, era preocupante. Ela disse: “doutor, eu prefiro me entregar, prefiro responder à lei”.
Diogo foi ao encontro de Gabrielle na Região dos Lagos, onde ela estava escondida.
Durante a investigação do crime, a polícia ouviu várias testemunhas que conheciam Laís e Gabrielle. O irmão de Laís contou que a vítima recebia ameaças reiteradas de Gabrielle por meio de mensagens em redes sociais. De acordo com ele, as desavenças entre as duas tinham relação com a disputa pela guarda e pela convivência com a menina, filha do primeiro casamento de Laís. A guarda era compartilhada, e a criança passava os fins de semana na casa do pai e de Gabrielle.
A própria Gabrielle prestou depoimento à polícia e confirmou ser casada com o ex-marido de Laís desde 2022, sendo também a responsável por pagar a pensão da menina. O pai da criança e atual marido de Gabrielle disse que nunca ouviu da esposa qualquer intenção de prejudicar a ex-mulher.
Outra testemunha, que teve um relacionamento com Laís, contou à polícia que a única pessoa com quem a vítima tinha problemas era Gabrielle e que ela era “muito controladora e queria tomar conta de tudo”. Ele também afirmou que Gabrielle é possessiva com a menina e que sempre “quer mostrar” que pode “dar mais” do que a mãe dela.
Uma amiga de Laís relatou que, antes do relacionamento com Gabrielle, o ex-marido de Laís nem fazia questão de ver a filha. Depois do início do relacionamento, isso teria se tornado “uma obsessão para o casal”. A avó da menina disse que Gabrielle criou “uma fixação” pela filha da vítima e que ela queria sempre estar à frente de tudo em relação à criança, “inclusive mais do que o próprio pai”, contou em depoimento. Segundo a avó, a própria menina disse que Gabrielle exigia que ela a chamasse de “mãe”. Segundo a mulher, a menina dizia que tinha duas mães: “mamãe Gabi e mamãe Lais”.
Na segunda-feira, a polícia prendeu dois suspeitos de participação no crime: Erick Santos Maria, que dirigia a moto, e Davi de Souza Malto, autor dos disparos. Eles confessaram o crime na Delegacia de Homicídios. Kelly Silva de Souza, mãe de Davi, reconheceu o filho, que também havia contado a vizinhos que tinha matado alguém. Segundo a polícia, Gabrielle teria oferecido R$ 20 mil para que eles executassem a vítima.
2025-11-17 16:28:00



