Ao lado de Lula, Petro chama ação militar dos EUA de ‘assassinato’ e critica ameaça contra a Venezuela e região

Em Manaus, durante o lançamento de uma cooperação policial internacional ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou nesta terça-feira a ameaça de ação militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. A


Em Manaus, durante o lançamento de uma cooperação policial internacional ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou nesta terça-feira a ameaça de ação militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. A declaração ocorreu em meio à escalada da tensão entre os venezuelanos e os EUA, que mantém navios militares no Caribe sob a justificativa de combater o narcotráfico.

Na última semana, o presidente americano Donald Trump afirmou que os militares dos EUA “atiraram” contra um barco que partira da Venezuela transportando drogas, acrescentando depois que “11 terroristas” foram mortos. O secretário de Estado Marco Rubio confirmou a versão e classificou o ataque como “letal”, reforçando que os EUA continuarão a usar “todo o seu poder” para “erradicar” os cartéis.

— Caiu um míssil sobre um barco civil venezuelano. Houve mortos, pessoas civis sem armas. Estavam levando cocaína? Não sabemos. Foram alvejados, isso é um assassinato. A América Latina é a dona do Caribe e vai ter que suportar isso e ficar calada? Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Vamos ficar calados e ver essas bombas matando nossas crianças, ou vamos parar e nos unir? — disse Petro em Manaus.

Ainda na sexta-feira, Trump ameaçou derrubar aviões venezuelanos que representassem risco ao destacamento naval dos EUA na região. Pouco depois, Washington ordenou o envio de dez caças F-35 para uma base em Porto Rico, segundo a agência Reuters.

Lula, por sua vez, evitou citar diretamente Estados Unidos ou Venezuela em seu discurso. Ele destacou a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) da Polícia Federal, a COP 30 e a proteção da Amazônia. Sem mencionar países, afirmou que os amazônicos não precisam “de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania”.

— É a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem no mesmo espaço físico em torno de um objetivo comum. Não precisamos de intervenções estrangeiras nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções. As palavras-chave são ação integrada e cooperação — declarou o brasileiro.

A CCPI foi firmada na Carta de Belém como compromisso entre Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além dos estados amazônicos. O centro tem como objetivo ampliar a cooperação no combate a crimes ambientais, tráfico de drogas, armas e pessoas. O governo brasileiro prevê investir R$ 37 milhões no projeto.



Conteúdo Original

2025-09-09 15:15:00

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