Alunos de Nova Iguaçu aprendem sobre conservação e proteção aos animais silvestres
Alunos da Escola Municipal Agroecológica Vale do Tinguá, em Nova Iguaçu, tiveram uma verdadeira aula de educação ambiental nesta semana. Agentes da Guarda Municipal Ambiental transformaram a sala de aula em um espaço de sensibilização sobre conservação e proteção da fauna silvestre, levando um acervo com fotos de resgates e exemplares de animais para despertar o interesse dos estudantes pela preservação.
Entre os materiais apresentados, chamaram a atenção um gambá empalhado, animal frequentemente morto por engano, uma serpente, filhotes de gambás em estágio inicial de desenvolvimento conservados em potes de vidro e até um trabuco, artefato encontrado em áreas de mata e usado ilegalmente para caçar espécies de pequeno e médio porte, como tatus, pacas e catetos.
Os alunos também aprenderam que o descarte irregular de lixo pode atrair animais silvestres para perto das casas, aumentando o risco de acidentes.
“Nosso objetivo é mostrar como atuamos no resgate de animais silvestres e ensinar a importância da conservação. Alguns alunos moram próximos a áreas de proteção ambiental e convivem com a fauna local. Orientamos que, ao avistarem um animal, façam apenas o registro à distância, para que possamos monitorar e identificar a espécie”, explicou Grazieli da Silva, chefe de Educação Ambiental de Nova Iguaçu, órgão ligado à Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.
Segundo ela, o trabalho vai além da sensibilização. Quando há suspeita de ferimentos ou impactos ambientais, os animais são resgatados e encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Seropédica — unidade do Ibama no estado do Rio responsável pela reabilitação da fauna.
“Nosso papel não é tirar o animal de seu bioma, mas protegê-lo. Reforçamos sempre que ninguém deve manusear um animal silvestre. O correto é acionar nossas equipes”, completou Grazieli.
Durante a visita, o chefe da Área de Proteção Ambiental do Tinguá, Carlos Januzzi, destacou o papel ecológico do gambá, que atua como controlador natural de pragas, como escorpiões, cobras, insetos e baratas, e dispersor de sementes, ajudando a equilibrar o ecossistema e regenerar a mata.
“Estamos na temporada de reprodução desses animais e é importante que as pessoas entendam sua função ecológica. O gambá sofre muito preconceito por causa da aparência e, por isso, muitos acabam sendo mortos ou atropelados propositalmente. Precisamos mudar essa mentalidade e as crianças são fundamentais nesse processo”, afirmou Januzzi.
Entre os estudantes, a aluna Kethelen Victória da Silva Dias, de 13 anos, foi uma das mais empolgadas com a aula e disse que pretende compartilhar o que aprendeu com familiares e vizinhos.
“Moro perto de um morro onde há muitos animais, como bicho-preguiça, macaquinhos e gambás. Aprendi que devemos cuidar deles também, porque fazem parte da natureza. Agora vou ensinar que o gambá não pode ser morto — ele ajuda no controle das pragas”, contou.
Para acionamentos em casos de resgate de animais silvestres, a Guarda Municipal Ambiental de Nova Iguaçu disponibiliza o telefone 3779-1183, o email @guarda.municipal.ambiental.ni e sua rede social @semam.ni.