Prevenir e combater as hepatites virais é o objetivo da campanha Julho Amarelo, que conta com diversas ações promovidas pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Durante todo o mês, há uma vasta programação de atividades, como aplicação de vacinas, testagem rápida, palestras educativas e atualização sobre Hepatite B e C para os profissionais da rede.
Até o dia 31, as unidades de saúde intensificam suas atividades repetindo a ação simbólica do tradicional Cantinho Amarelo, enfeitando lugares estratégicos com balões, flores, tecidos ou qualquer outro material na cor amarela. Esses espaços de circulação e visibilidade devem servir como pontos focais para distribuição de materiais informativos e realização de abordagens educativas sobre as hepatites B e C.
No dia 23, a ação conjunta do Julho Amarelo com a Companhia de Limpeza Urbana (CLIN) chega à segunda edição. Das 13h às 17h, as atividades incluem abordagem educativa sobre prevenção das hepatites, vacinação contra Hepatite B e Influenza e distribuição de insumos de prevenção, como preservativos e folhetos.No dia 26, haverá uma ação conjunta do Julho Amarelo com o Dia Delas, voltado para prevenção do câncer de mama e útero. Das 8h às 17h, será feita abordagem educativa sobre as hepatites, além de vacinação contra Hepatite B, testagem rápida das hepatites B e C e distribuição de insumos de prevenção nas unidades de saúde.
“O diagnóstico precoce pode evitar a progressão para formas mais graves das doenças e nosso município realiza os testes rápidos para detecção das hepatites em todas as suas unidades de saúde, além de fazer o acompanhamento dos pacientes. É importante frisar que todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida. No caso daqueles que são mais vulneráveis, esses testes precisam ser feitos de forma periódica”, afirma a secretária municipal de Saúde, Ilza Fellows.
O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que acontece em 28 de julho, conforme determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), é celebrado como um marco central da campanha para aumentar a conscientização sobre o problema. No Brasil, a campanha Julho Amarelo foi instituída pela Lei nº 13.802/2019 e tem como objetivo promover a conscientização e a mobilização coletiva durante todo o mês; além de impulsionar ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.
Em Niterói, no ano de 2024 foram notificados 105 casos de hepatites virais. Destes, 93 casos são de residentes locais. Para lidar com essa doença, a Secretaria Municipal de Saúde possui uma Assessoria Técnica de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) e Hepatites Virais que funciona na Coordenação de Vigilância em Saúde; e realiza programas de prevenção e acompanhamento de casos nas unidades básicas de saúde, policlínicas e unidades do Programa Médico de Família.
Quanto à classificação etiológica, o vírus do tipo C continua sendo o mais prevalente conforme anos anteriores, seguido pelo vírus do tipo B segundo dados de notificação e vigilância epidemiológica.
“As hepatites são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estas aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Em sua evolução para hepatite crônica há complicações como cirrose hepática e câncer no fígado. Medidas simples como usar preservativos, exigir materiais descartáveis e esterilizados em estúdios de tatuagem, salões com manicures e pedicures e não compartilhar agulhas e seringas podem prevenir a infecção”, explica a coordenadora municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais, Márcia Santana.
Vacina e prevenção
A vacina é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura. Outras medidas são usar preservativo em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente e material de manicure e pedicure. A testagem de mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
Contra a Hepatite C não existe vacina, porém há tratamento, cujo índice de cura é de 90%. Para evitar a infecção, é importante não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.) e usar preservativo nas relações sexuais. Toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada adequadamente.
Além da vacinação, o diagnóstico precoce também é de extrema importância, pois reforça o resultado e eficiência da testagem rápida, principalmente com foco nas populações mais vulneráveis, que são: profissionais de saúde, pessoas acima de 40 anos, pessoas vivendo com HIV, pessoas que fazem ou já fizeram hemodiálise e usuários de álcool e outras drogas.
2025-07-20 16:37:00