Maricá: Poesia e melodia se misturam num dia dedicado ao samba no festival Rio de Versos

Milton Cunha, Moacyr Luz, Sady Bianchin, Marina Iris e Thiago Prata. Foto: Bernardo Gomes Baixar PDF A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, levou poesia e samba para o Centro da cidade,



Milton Cunha, Moacyr Luz, Sady Bianchin, Marina Iris e Thiago Prata. Foto: Bernardo Gomes

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A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, levou poesia e samba para o Centro da cidade, neste sábado (1/11), em mais um dia do festival internacional Rio de Versos, que pela primeira vez saiu da cidade do Rio. Moacyr Luz, Marina Iris, Thiago Prata e Milton Cunha discutiram a questão é concordaram que a poesia do samba é protesto e resistência.

Ao longo do sábado, poetas e músicos passaram pela tenda na Praça Orlando de Barros Pimentel, onde está, ainda, o palco de shows, e pelo Cine Henfil. Foi na sala de cinema que aconteceu a mesa com os sambistas, seguida pela exibição do filme “Moacyr Luz – O embaixador dessa cidade”, de Tarsilla Alves.

“O samba nos forma na perspectiva da civilidade. O samba sabe de onde vem e sabe muito bem para aonde vai. O samba com sua origem matriarcal, de resistência, sempre atravessado pelos códigos da comunidade. Vem de uma poesia feita com o dia a dia, usando códigos muito próprios, como a palma da mão, a comida… É uma poesia muito rica”, avaliou Marina Iris, entre uma canção e outra compartilhada com Moacyr.

Para Milton Cunha, o samba foi a resposta à situação de marginalidade imposta aos grupos que formaram as primeiras comunidades.

“Então você tem essas pessoas postas na marginalidade e ela responde essa dor cantando. Criam seus sambas, seu ritmo. Se organizam em agremiações e escolas de samba, formam os seus, se casam, criam uma cultura que resiste. O samba é resistência”, pensou Milton.

Moacyr Luz concordou com esse papel do samba de relatar a realidade e as necessidades.

“É o que Cartola queria quando escreveu Autonomia. De repente ele não sabia o que era direito, mas sabia o que tinha que dizer é isso era autonomia. ‘Ai, se eu tivesse autonomia’ e segue ‘Escravizaram assim, um pobre coração. É necessário a nova abolição. Pra trazer de volta a minha liberdade’”, exemplificou Moacyr.

Poesia no centro

As atividades do Rio de Versos começaram por volta das 16h com uma apresentação que reuniu poesia e rimas com a participação de MC Marechal, MC Rasta e os coletivos Ruasia, Vozes e Versos e Povo do Livro.

Às 18h, poesia com uma pitada de performance no momento “Poesia na Roda”. Gringo Carioca, Clauky Boom, Victor Colônia, Ricardo Tupinambá, Jorge Piri, Sérgio Gramático Jr., Thiago Mathias, Bayard Tonelli e Pierre Crapez se alteraram numa roda poética.

O sábado da poesia falada acabou com a apresentação “Mulher de Palavra”, com Marcela Giannini e Miriam Alves. Já a poesia cantada, essa ainda se estendeu para o palco na praça onde Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador animaram a noite de sábado Maricaense.

Programação

2/11 (domingo)

16h — Poesia e Território: Vozes e Versos, Poeta do Livro, Carlos Orfeu, Juan Shulz, Karla Julia, Nivaldo Costa e Mano Melo
17h — Narrativas Poéticas — “Movimento Poéticos Brasileiros”: Ademir Bacca, Aroldo Pereira, João do Corujão e Karla Julia (mediação)
18h — Poesia na Roda: José Jorge Ventura, Delayne Brasil, Artur Gomes, Marisa Vieira, Marcela Giannini, Wanda Montero, José Inácio Vieira de Melo e Sady Bianchin
19h30 — Conversos: Com Alberto Pucheu, Ronaldo Werneck e Salgado Maranhão
21h — Show “Poesia Musicada”: Grupo Céu na Terra
Cine Henfil (Palco Mero Petrobras)
18h — Poesia no audiovisual – Filme “Cora Coralina – todas as vidas” (direção de Renato Barbieri)

De 29/10 a 10/11
Casa de Cultura – Exposição de Poesia Visual Scriptum. Curadoria de Tchello ,d’Barros. De segunda a sexta, das 10h às 16h30



Conteúdo Original

2025-11-02 08:55:00

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