FLIM 2025: Conceição Evaristo encerra a maior edição da Festa Literária Internacional de Maricá, que reuniu 260 mil visitantes em 10 dias

Foto: Bernardo GomesA Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) encerrou neste domingo (14/09) sua 10ª edição com recorde de público. Foram mais de 260 mil visitantes ao longo de dez dias de programação, número 20% superior ao registrado



Foto: Bernardo Gomes

A Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) encerrou neste domingo (14/09) sua 10ª edição com recorde de público. Foram mais de 260 mil visitantes ao longo de dez dias de programação, número 20% superior ao registrado no ano passado. Promovida pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, a FLIM reuniu mais de 70 atividades, entre debates, espetáculos infantis, rodas de conversa, apresentações musicais e shows.

A homenageada desta edição, a escritora Conceição Evaristo, esteve presente desde as primeiras atividades do dia e participou da mesa de encerramento, dedicada às “Escrevivências”, conceito central de sua obra. No encontro, ao lado de Eliana Alves Cruz, Bárbara Carine e Jeferson Tenório, a autora foi celebrada pelo público e recebeu homenagens de alunas da Escola do Idoso de Maricá.

“Estou muito feliz de estar no meio de vários professores e poder falar para este público imenso. O termo Escrevivências surgiu na minha dissertação de mestrado e, 30 anos depois, vou lançar o livro”, afirmou Evaristo.

Segundo a Secretaria de Educação, a média diária de público superou 26 mil pessoas. Para o secretário Rodrigo Moura, a dimensão alcançada reforça o papel da FLIM como política pública de acesso à cultura e à educação. “Maricá, com 220 mil habitantes, recebeu até sábado 260 mil visitantes – o equivalente a 118,18% da nossa população. Essa conquista só foi possível graças à visão do prefeito Washington Quaquá e ao trabalho de toda a rede de educação e parceiros”, disse.

Durante o último dia, grandes nomes como Thiago Gomide, Luiz Antônio Simas, Flávia Oliveira, dentre outros, passaram pela programação. Temas que abordaram Inteligência Artificial (IA), Carnaval e Cultura, Juventude e, fechando a programação literária, as escrevivências de Conceição Evaristo, Eliana Alvez Cruz, Bárbara Carine e Jeferson Tenório. A festa encerrou com a prata da casa Nati Pani e a potência sertaneja Mari Fernandez.

Papo FLIM

A mesa ‘Cultura em Desfile’, com Helena Theodoro, Luiz Antônio Simas e Thiago Gomide deram o tom musical que marcou a FLIM 2025. Mediados por Rafael Haddock-Lobo, os participantes falaram sobre a importância do samba e do carnaval para a formação cultural das sociedades.

“O samba não é apenas ritmo ou coreografia, é uma forma de organizar o mundo. Ele é memória, celebração e resistência. Dá sentido à nossa existência coletiva. Não sei se o Rio de Janeiro criou o samba, mas afirmo: foi o samba que criou a cidade do Rio de Janeiro”, disse o historiador Luiz Antônio Simas.

Também professor de História, Thiago Gomide ressaltou a importância do carnaval enquanto ferramenta de organização social. “O Carnaval é mais do que festa. É memória, identidade e resistência cultural, e nos ensina que alegria também é uma forma de organização social e política. Não é exagero dizer que o Carnaval ajuda a criar cidades. Ele molda espaços, cria símbolos e constrói identidades ajudando a unir bairros, cidades e pessoas em torno de uma tradição comum”, acredita.

O grande momento literário da Flim iniciou à noite, na Mesa 10. O bate-papo “Escrevivências”, mediado pela jornalista e escritora Flávia Oliveira, contou com a presença da homenageada Conceição Evaristo e uma homenagem das alunas da Escola do idoso de Maricá, entregando cartazes, buquê de flores e uma colcha de retalhos com pinturas e bordados para Conceição.

O encontro também teve a participação da fundadora da primeira escola afro-brasileira do país, Bárbara Carine, além dos escritores Jeferson Tenório e Eliana Alvez Cruz. A roda discutiu o conceito de “Escrevivências” e temas, como: afrodescendência, reconstrução histórica, futuro do país e da literatura, educação e projetos políticos pedagógicos.

A tenda Papo FLIM também recebeu o ‘Samba Talk’, em homenagem a Arlindo Cruz e com participação do compositor e sambista Sombrinha e do cantor Inácio Rios, mediados pelo apresentador e produtor, Maurício Pacheco. “Relembrar diversas obras de Arlindo Cruz é algo único. Eu conversava muito com Almir Guineto e falava que o samba cura. Então, relembrar canções e partes da vida de Arlindo no dia do aniversário dele, é um sentimento gostoso e ajuda na cura da saudade”, afirmou Sombrinha.

Flim Jovem

O debate sobre o futuro abriu as atividades na tenda FLIM Jovem, com a palestra ‘Inteligência Artificial e Profissões do Futuro’, ministrada por Antônio Kronemberg, do SEBRAE. “A Inteligência Artificial (IA) sempre será melhor que o ser humano. Não conseguimos analisar um milhão de processos em dois dias como a máquina, é humanamente impossível. Mas a IA nunca será melhor que o ser humano com a IA enquanto ferramenta”, disse.

À tarde, a tenda voltada para a juventude recebeu a roda de conversa ‘A Política na Voz da Juventude’. Participaram a secretária de Juventude e Participação Popular de Maricá, Andressa Santos; a secretária Especial de Juventude da cidade do Rio de Janeiro, Gabriella Rodrigues; e o vereador Hadesh (Maricá), além do presidente da União Maricaense dos Estudantes (UMES), Vitor Nunes.

“Estar neste espaço jovem com diversas pessoas de idades diferentes nos assistindo diz muito sobre o futuro de Maricá. Nós tivemos crianças, adolescentes e adultos que reivindicam seus direitos como cidadãos. É um debate enriquecedor, que todos aprendem com todos”, contou a secretária Andressa.

“A política necessita da participação dos nossos jovens. Eles serão o futuro da nossa cidade e do nosso país amanhã. A juventude deve reivindicar uma escola melhor, políticas públicas, saúde, segurança, tudo. A força deles pode mudar o nosso país. Basta acreditar e lutar”, contou o vereador Hadesh.

FLIMzinha

Na FLIMzinha, o público infantil abriu a manhã com o espetáculo “Ciência ou Mágica?”, apresentado por Patrick, o Mágico – que também fechou a programação com ‘A Mágica do Riso’. Atividades de pintura facial e um concurso de cosplay também agitaram a criançada no último dia da festa literária.

Shows e animação

No palco principal, a noite foi embalada por muita música ao vivo e diversão. A primeira a se apresentar foi a prata da casa Nati Pani e, logo em seguida, a cantora Mari Fernandez encerrou a Festa Literária com um espetáculo de grandes sucessos.



Conteúdo Original

2025-09-15 00:00:00

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