Juliana Garcia dos Santos concedeu sua primeira entrevista à revista eletrônica da Record, em uma conversa exclusiva com o jornalista Roberto Cabrini
Atenção: a matéria a seguir traz relatos sensíveis de agressão e pode ocasionar gatilhos sobre violência contra a mulher e violência doméstica. Caso você seja vítima deste ou qualquer outro tipo de violência, ou conheça alguém que passe ou já passou por isso, procure ajuda e denuncie. Ligue para o 180.
Nesta semana, as imagens de uma mulher sendo agredida pelo namorado com mais de 60 socos chocaram o Brasil. A vítima é Juliana Garcia dos Santos, que concedeu sua primeira entrevista ao jornalista Roberto Cabrini no “Domingo Espetacular“. Durante a conversa, ela mostrou os hematomas causados pela violência e detalhou seu relacionamento com o agressor, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral.
Veja as fotos
Vítima de agressão com 60 socosFoto/Record
Vítima de agressão com 60 socosFoto/Record
Mulher que levou mais de 60 socos do namorado no elevador fala pela 1ª vezReprodução: Record
Mulher que levou mais de 60 socos do namorado no elevador fala pela 1ª vezReprodução: Tempo Real
Mulher que levou mais de 60 socos do namorado no elevador fala pela 1ª vezReprodução: G1
Logo no início da entrevista, Cabrini explicou que Juliana preferiu não mostrar o rosto. A decisão foi tomada para que ela não fosse lembrada apenas pelas marcas da violência. Assim, o programa exibiu imagens anteriores à agressão e mostrou, com delicadeza, alguns dos hematomas mais evidentes, como o roxo no rosto e o inchaço.
Histórico de agressão:
Em seu relato, Juliana revelou que vivia um relacionamento “abusivo” com o ex-jogador. Segundo ela, Igor era ciumento e já havia a agredido em outras ocasiões. Em uma delas, o atleta chegou a chamar a polícia para incriminá-la. Juliana teve a chance de denunciá-lo com, mas recusou, acreditando que ele pudesse mudar. Não imaginava que, sete meses depois, seria vítima de uma agressão ainda mais violenta.
A briga que culminou na tentativa de feminicídio teria começado por um motivo banal: Igor pediu que ela enviasse uma mensagem para um amigo, perguntando se ele iria encontrá-los na piscina do condomínio, mas após o envio, passou a acusá-la de traição.. Ao perceber que ele havia deixado a área e voltado para o apartamento dela, a jovem entrou em outro elevador para tentar impedir que ele destruísse seus pertences.
Ao chegar em seu andar, Juliana escolheu permanecer no elevador, por ser um local com câmeras de segurança, acreditando que isso evitaria mais uma agressão. Igor, no entanto, impediu que a porta fechasse, e exigiu que ela saísse. Temendo por sua vida, Juliana se recusou e relatou que, naquele momento, ele estava completamente transtornado, e disse: “Então você vai morrer”.
Durante 36 segundos, Igor desferiu mais de 60 socos contra o rosto de Juliana. Ela conta que tentou se defender, manter-se consciente e implorou para que ele parasse. Disse, ainda, que não tinha dúvidas de que teria sido morta. Quando a porta do elevador finalmente se abriu, a jovem saiu desorientada para pedir socorro, com o rosto coberto de sangue: “Ele queria me matar”, desabafa.
Marcas da violência:
Moradores do prédio, que também deram entrevista ao programa, relataram ter confrontado Igor, que respondeu que uma traição teria motivado a agressão. O porteiro do edifício também confirmou que presenciou a cena pelas câmeras e afirmou que acionou a polícia imediatamente.
Igor foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e alegou ter sofrido um “surto claustrofóbico” que teria motivado o ataque. A reportagem também teve acesso a documentos em que o ex-jogador afirma estar sob efeito de bebida alcoólica e cocaína, além de fazer uso de anabolizantes.
Juliana ainda se recupera das sequelas. Ela precisou passar por uma cirurgia de reconstrução facial, após ter quatro ossos do rosto fraturados: “O pior é quando eu me olho no espelho, quando eu não consigo enxergar a pessoa que eu sou, a mulher vaidosa que eu sou, a minha vida que foi tirada”, lamentou.
