Vídeo publicado nas redes sociais do influenciador paranaense cita casos de produtores de conteúdo que, diz ele, lucram com a sexualização de crianças e adolescentes
O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, de 27 anos, publicou na última quarta-feira (6) um vídeo denunciando casos de exploração de crianças e adolescentes na internet. Natural de Londrina (PR) e atualmente morando em São Paulo, Felca tem mais de 4,3 milhões de inscritos no YouTube e 6,5 milhões de seguidores no Instagram. O vídeo, intitulado Adultização, já ultrapassou 12 milhões de visualizações só no YouTube e reúne denúncias contra influenciadores que, segundo ele, sexualizam a imagem de menores.
Um dos casos citados é o do paraibano Hytalo Santos, de 28 anos, conhecido por ostentar uma vida de luxo nas redes e exibir crianças e adolescentes que chama de “filhos”. Entre eles está Kamyla Santos, de 17 anos, que aparece nas redes desde os 12 anos e teve sua conta com mais de 10 milhões de seguidores suspensa.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) informou que já investigava Hytalo desde 2024 por exploração de menores. Promotores de Bayeux e João Pessoa conduzem o caso. Ainda não está claro se a remoção das contas de Hytalo e Kamyla do Instagram, ocorrida após a denúncia de Felca, está ligada às investigações ou ao vídeo. A reportagem não conseguiu falar com Santos ou sua defesa. O espaço está aberto para qualquer manifestação.
No material de quase 50 minutos, Felca também aborda outros casos, como o canal Bel Para Meninas, investigado pelo MP do Rio de Janeiro em 2020, e o de Caroliny Dreher, que, segundo ele, teve conteúdos íntimos vendidos pela própria mãe para pedófilos. O youtuber entrevistou uma psicóloga e demonstrou como algoritmos podem favorecer a circulação desse tipo de material.
Durante a apuração, Felca seguiu contas ligadas a esses casos para coletar informações, mas foi acusado de “curtir” publicações de menores. Ele afirma ter processado mais de 200 pessoas por difamação e propôs retirar as ações caso os acusadores façam um pedido de desculpas público e doem R$ 250 para instituições que combatem o abuso infantil. Segundo ele, todo o valor arrecadado será destinado a causas sociais.
A repercussão foi grande. A deputada federal Erika Hilton agradeceu publicamente a iniciativa e afirmou ter acionado a Polícia Federal e a Justiça para investigar os perfis citados e responsabilizar as plataformas. Nikolas Ferreira, do PL, disse que o influenciador “mexe em um vespeiro”.

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Conhecido até então por conteúdos de humor, como vídeos de reacts e sátiras de tendências da internet, Felca ganhou notoriedade em 2023 ao criticar as “lives de NPC” e testar a base de maquiagem da influenciadora Virginia Fonseca — vídeo que alcançou 19,5 milhões de visualizações. Agora, com o vídeo “adultização”, o influenciador expande seu papel na rede para além do humor, assumindo também um tom investigativo e de denúncia.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA