Na última quarta-feira (30/7), Manoel Marins, o pai de Juliana, jovem que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, na rede social, publicou um desabafo e afirmou que teve coragem de abrir a mochila que a filha levou para a viagem. A publicitária faleceu há mais de um mês.
“Ontem, eu e Estela tivemos mais um misto de emoção e saudade. Não que a saudade não esteja presente no nosso cotidiano, mas às vezes ela vem mais forte. Ontem, finalmente, reunimos coragem e abrimos a mochila que a Ju levou na viagem. Até então, ela estava dentro da mesma caixa em que saiu da Indonésia”, iniciou no Instagram.
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Desabafo do pai de Juliana MarinsReprodução Instagram @manoel.marins.3

Juliana MarinsReprodução Instagram @manoel.marins.3

Juliana Marins resistiu por 32 horas após queda em vulcão, apontam peritosReprodução Instagram @ajulianamarins
Ele continuou o desabafo: “À medida que retirávamos seus pertences, nosso coração apertava. Cada peça de roupa, cada objeto nos remetia a uma gama de lembranças e sentimentos dos momentos felizes que passamos juntos. E veio a tristeza de constatar que agora ela está presente apenas em nossas mentes e corações. Não mais fisicamente.”
Manoel afirmou que sentiram a presença da ausência da jovem e sabe que o sentimento irá visitá-lo muitas vezes, mas acredita também que o peso do luto ficará mais leve com o tempo. Ele citou o trecho música Diga Lá, Coração, de Gonzaguinha “diga lá meu coração que ela está dentro do meu peito e bem guardada, e que é preciso, mais que nunca, prosseguir”. “E é o que procuraremos fazer, na certeza de que o Eterno continuará a enxugar nossas lágrimas e não nos abandonará jamais. Obs: Essa foto a Juju tirou durante a viagem, quando estava na Tailândia”, finalizou.
Morre Juliana Marins na Indonésia
Em fevereiro deste ano de 2025, Juliana embarcou para um mochilão na Ásia e tinha visitado as Filipinas, Vietnã e Tailândia, conforme registros da viagem publicados na sua rede social. Ela sofreu uma queda de aproximadamente 300 metros durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia.
Após tentativas de resgate, a publicitária de 26 anos foi encontrada morta no dia 24 de junho. No dia 11 deste mês de julho, perigos apontaram que ela resistiu por 32 horas após queda no vulcão. A informação foi apresentada durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, com a presença da irmã da vítima, Mariana Marins.
Segundo o legista Reginaldo Franklin, da Polícia Civil fluminense, a estimativa do horário do falecimento foi possível a partir da análise das larvas encontradas no couro cabeludo da brasileira. Ela chegou a óbito por volta das 12h (horário local) do dia 22 de junho, cerca de 15 minutos após um segundo escorregão em uma área íngreme da trilha.
Conforme a reconstituição feita pelos peritos, Juliana escorregou inicialmente por 61 metros, impactando um paredão rochoso. A queda total alcançou 220 metros. Mesmo machucada, ela teria permanecido consciente por mais de um dia, até que um novo deslizamento de 60 metros provocou o segundo impacto, considerado fatal. Para o perito Nelson Massini, Juliana sofreu uma lesão na coxa na primeira queda e sua morte foi descrita como “agônica, hemorrágica e sofrida”.