Documentário sobre a tragédia da Voepass traz familiares das vítimas e áudios inéditos

“81 segundos”, produção multiplataforma em parceria com a EPTV, reúne relatos, informações sobre a manutenção da aeronave, além de conversas da tripulação minutos antes da queda. Tragédia é a maior no país desde 2007 Um ano após a


“81 segundos”, produção multiplataforma em parceria com a EPTV, reúne relatos, informações sobre a manutenção da aeronave, além de conversas da tripulação minutos antes da queda. Tragédia é a maior no país desde 2007

Um ano após a queda do avião da Voepass em Vinhedo (SP), o g1 Campinas, a rádio CBN Campinas e a EPTV, afiliada da Globo no interior de São Paulo e Sul de Minas, lançam o documentário “81 segundos”, que reconta a maior tragédia aérea do país desde 2007 pelo olhar de familiares de algumas das 62 vítimas.

O documentário será lançado no dia 6 de agosto no g1 e acompanhado de uma série de reportagens. A produção traz, ainda, entrevistas exclusivas sobre a investigação e áudios inéditos da tripulação minutos antes da queda. Confira a chamada aqui.

g1 Campinas e EPTV lançam documentário “81 segundos” um ano após o acidente aéreo em Vinhedo (SP) / Divulgação

No dia 8 de agosto, sexta-feira, a produção será exibida após o Globo Repórter nas 319 cidades que integram a área da emissora. Após a exibição, o conteúdo será disponibilizado também no Globoplay.

Com duração de 45 minutos, a produção reúne depoimentos de pais, filhos e companheiros das vítimas e também uma entrevista exclusiva com um ex-funcionário da Voepass que testemunhou a manutenção do ATR 72-500 e revelou acontecimentos inéditos no hangar horas antes da decolagem.

Todos os veículos do Grupo EP estão envolvidos na apuração e divulgação do documentário, que conta também com uma série de reportagens na EPTV, rádio CBN e g1.

Lana Torres, gerente de Jornalismo do g1/EPTV, explica o que motivou a equipe a produzir este documentário.

“A principal motivação é, acima de tudo, prestar uma homenagem às vítimas, seus familiares e amigos que perderam a vida nessa tragédia. Mas também é uma forma de buscar, ainda que minimamente, respostas que eles tanto esperam e que até agora não chegaram”, conta.

“Conseguimos entrevistas exclusivas com instâncias responsáveis pela investigação, que até agora não haviam se pronunciado a nenhum outro veículo”, adianta Lana Torres sobre o conteúdo exclusivo que será apresentado no documentário.

As gravações foram feitas em três estados — São Paulo, Paraná e Santa Catarina — e revelam como os passageiros e tripulantes são lembrados nas rotinas, nos objetos preservados e nas mudanças impostas pela ausência.

Ao longo de três meses de trabalho, a equipe percorreu mais de 4 mil quilômetros, fez dezenas de entrevistas e conversou com quem convive, até hoje, com o vazio deixado pela tragédia.

O documentário integra uma cobertura especial do g1 para homenagear as vítimas e abordar os desdobramentos do acidente.

Além da produção audiovisual, a cobertura inclui reportagens em texto e infográficos que serão publicados a partir do dia 4 de agosto, semana em que a tragédia completa um ano.

Produzido pelos jornalistas do g1 Campinas e da EPTV, o documentário teve captação do estúdio audiovisual Quadros Por Segundo e finalização em parceria com a produtora NuOlhar.

“Acredito que toda vez que nos propomos a fazer algo inovador, e isso é um estímulo constante aqui no Grupo EP e nos veículos do grupo, inevitavelmente aprendemos. Neste caso específico, aprendemos muito sobre um novo formato, uma forma diferente de contar histórias. O documentário exige uma linguagem bem distinta daquela que usamos no jornalismo do dia a dia, desde as imagens até a construção da narrativa”, explica Lana sobre os desafios e aprendizados envolvidos na produção do documentário.

Por que 81 segundos?

Esse foi o tempo, segundo especialistas, que a aeronave levou para atingir o solo depois da perda total de controle.Imagens que circularam no dia do acidente mostram uma queda em espiral, sugerindo a ocorrência de um estol — quando a aeronave perde a sustentação que permite o voo.

Desde o dia da tragédia, profissionais da aviação ouvidos pelo g1 e pela GloboNews afirmaram que uma causa possível para o estol seria a formação de gelo nas asas.

Apesar disso, foram unânimes em dizer que não existe um único fator que cause um acidente, e que cabe exclusivamente à investigação apontar quais foram as verdadeiras razões para a queda do voo 2283.

O relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgado no dia 6 de setembro do ano passado, trouxe informações relevantes sobre o acidente em Vinhedo.

Uma dessas informações foi de que a tripulação relatou uma falha no sistema antigelo. O relatório, contudo, não conseguiu confirmar, com base nos dados da caixa-preta, se isso de fato aconteceu e impactou o desempenho da aeronave.

Pilotos ligados à companhia também relataram viagens exaustivas, condições precárias e ligações da empresa durante folga. Após o acidente, passageiros também compartilharam nas redes sociais experiências ruins envolvendo a companhia.

“Tentamos contar com delicadeza uma história em um contexto que é muito duro. A gente traz uma questão importante sobre a segurança na aviação, que é importante para o esclarecimento do público e o impacto que as decisões de empresas podem afetar na vida das pessoas. É parte da nossa missão informar e informar bem, além de entender como os fatos que acontecem aqui reverberam nacionalmente. Esta produção vem ao encontro de uma vocação que a EPTV tem de noticiar de maneira ágil, de maneira precisa e com profundidade assuntos que emergem dos acontecimentos”, acrescenta a gerente de Jornalismo do g1/EPTV.

O acidente

O avião, com 58 passageiros e quatro tripulantes, decolou de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) e caiu no condomínio Residencial Recanto Florido, no bairro Jardim Florido, no início da tarde.

A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 12h20. Segundo a plataforma Flightradar, o avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até às 13h21, quando começou a perder altitude.

Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca. Às 13h22 — um minuto depois do horário do último registro — a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.

A velocidade dessa queda foi de 440 km/h. A aeronave atingiu o quintal de uma casa do condomínio e os moradores saíram ilesos. Ninguém em solo ficou ferido. O morador da residência atingida afirma que a família ficou em choque.

O que diz a Voepass

A Voepass foi convidada a participar do documentário, mas se recusou a dar entrevista. Em nota, a companhia informou que a queda do voo 2283 foi “o episódio mais difícil” da sua história e que, um ano após a tragédia, segue “solidária às famílias das vítimas”, mantendo “suporte psicológico ativo” e apoiando homenagens realizadas ao longo do período.

A empresa afirmou que “sempre atuou cumprindo com as exigências rigorosas que garantem a segurança” das operações e que a frota “sempre esteve aeronavegável e apta a realizar voos”, conforme padrões internacionais.

A companhia também afirmou que colabora com as investigações em andamento e reafirmou compromisso com a apuração dos fatos e com “a melhoria contínua nos processos de segurança da operação aérea”.



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