Tricolor paulista pressionou a entidade para que ela divulgasse as falas dos árbitros, mas a Confederação Brasileira de Futebol alega que precisava da autorização da Fifa para liberar os diálogos
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, nesta quinta-feira (9), os áudios das conversas entre o árbitro de campo e o árbitro de vídeo (VAR) referentes a quatro lances polêmicos do clássico entre São Paulo e Palmeiras, realizado no domingo (5) e vencido pelo time alviverde por 3 a 2. A liberação do material ocorreu após a pressão do São Paulo e a autorização da Fifa, visto que os lances eram classificados como “sem revisão protocolar” — ou seja, não houve checagem no monitor de campo.
Os diálogos entre o árbitro principal, Ramon Abatti Abel, e o responsável pelo VAR, Ilbert Estevam da Silva, confirmaram que, em todos os casos, a decisão de campo foi mantida pela cabine de vídeo. No entanto, a Comissão Nacional de Arbitragem da CBF reconheceu um erro de procedimento no principal lance reclamado pelo São Paulo, o que resultou no afastamento de ambos os profissionais para um período de reciclagem.
Lances e as conversas divulgadas
A principal reclamação do São Paulo foi em um lance na área em que Allan (Palmeiras) escorregou e derrubou Tapia (São Paulo). O árbitro de campo, Ramon Abatti Abel, foi categórico em sua decisão inicial, afirmando pelo comunicador que não houve pênalti.
“Escorregou, escorregou, o jogador escorrega, e os dois estão olhando para a bola! Pode seguir! Não tem nenhum tipo de entrada aqui,” disse o árbitro. O VAR Ilbert Estevam da Silva concordou, confirmando que o contato foi “totalmente acidental”, provocado pelo escorregão do jogador do Palmeiras, e que a bola “não está para nenhum dos dois atletas”.
Outros três momentos questionados pelo clube tricolor tiveram seus áudios divulgados:
- Entrada de Andreas Pereira: O São Paulo questionou o cartão amarelo dado a Andreas Pereira em uma jogada por cima na perna de Marcos Antônio (São Paulo). O árbitro de campo justificou que o jogador pisou na bola e a sola pegou depois. O VAR checou o lance, observando que o jogador tocou na bola, e manteve a decisão de campo.
- Pisão de Gustavo Gómez em Tapia: Em uma disputa, Gustavo Gómez tocou em Tapia, que caiu no gramado. A cabine do VAR fez uma checagem para um possível cartão vermelho, mas o árbitro de campo e o VAR consideraram que o pisão foi “sem intenção”, ocorrido na disputa e com o jogador do Palmeiras desequilibrado, mantendo a não advertência.
- Braço de Gómez em Tapia: Em uma dividida na linha de fundo, o braço de Gustavo Gómez acertou o rosto de Tapia, que chegou a sangrar. O VAR analisou o lance e concluiu que foi “totalmente acidental”. Segundo a cabine, o contato ocorreu quando o jogador do Palmeiras foi se levantar, sem haver “nenhum gesto adicional, nenhuma ação de cotovelada”.

Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp!
Em todas as checagens, o VAR concordou com as decisões tomadas em campo por Ramon Abatti Abel e, por isso, não o chamou para revisão no monitor. O Palmeiras, que também reclamou de lances na partida, não solicitou a divulgação dos áudios.