A partir de meados de 2026, essa estrutura será desmembrada. De um lado, surgirá a nova Warner Bros. Corporation, que ficará com o estúdio de cinema, a HBO e a plataforma HBO Max, além da DC Comics e de um vasto acervo de filmes e séries. Do outro, será criada a Discovery Global, reunindo os canais de TV por assinatura —incluindo Discovery Channel, Warner Channel, TNT, CNN, Cartoon Network, entre outros— e herdando uma pesada dívida de US$ 38 bilhões (R$ 213 bilhões).
Dessa forma, os líderes esperam ter agilidade e fôlego para investir no que eles acreditam ser o futuro. Pelo lado do cinema, isso representa o reboot do Universo DC, iniciado com “Superman”. O resultado financeiro, por enquanto, é modesto: o filme arrecadou cerca de US$ 500 milhões (US$ 2,8 bilhões) até agora, segundo o Box Office Mojo, mas com uma avaliação positiva o suficiente para garantir fôlego para os próximos longas-metragens e seriados.
Já o HBO Max conquistou espaço no mercado, com 125 milhões de assinantes, mas ainda falta aquele salto em escala —e a troca de nome para Max, que acabou revertida, não ajudou. A união com outro competidor de mesmo tamanho ou menor, talvez até com o próprio Paramount+, pode ser um caminho.
Pelo lado da Discovery, a operação separada pode abrir portas tanto para o licenciamento de suas produções quanto para a produção direta para outros grupos e streamings. Outro ponto é que a nova empresa já nasce com uma vocação global, resultando de anos de expansão da velha Discovery e da antiga Turner Broadcasting System, que foi comprada pela então Time Warner ainda nos anos 1990.
Uma consolidação com outro conglomerado ou a venda para investidores pode representar uma sobrevida de mais alguns anos. A questão é: ainda há espaço para marcas tão icônicas como Discovery e Cartoon Network em um mundo pós-TV paga? Será que esses conglomerados não perdem tempo demais com consolidações e sinergias que não entregam?
2025-07-31 05:30:00