Toy Story 3 prova que a Disney não sabe quando parar

Toy Story 3 completa 15 anos nesta quarta-feira (18) e continua sendo lembrado como o desfecho perfeito de uma das franquias mais queridas da história do cinema. Era o encerramento ideal para a saga de Woody, Buzz e seus amigos, mas a Disney não soube parar por aí. Anos depois, lançou um quarto filme e já prepara o quinto, previsto para 2026.

O terceiro longa é considerado o ponto mais alto da franquia. Lançado em 2010, conquistou 98% de aprovação no Rotten Tomatoes e foi aclamado tanto pelo público quanto pela crítica. Seus dois antecessores também alcançaram a nota máxima no site, mas foi o capítulo final que emocionou de forma definitiva. Com uma história sensível sobre despedidas e amadurecimento, o filme se tornou referência de como encerrar uma narrativa com dignidade.

Ainda assim, Toy Story 4 chegou aos cinemas em 2019 — mesmo sem necessidade narrativa. Apesar da recepção positiva (96% no Rotten Tomatoes), o longa reforçou uma prática conhecida da Disney: estender o sucesso de suas franquias ao máximo. Quentin Tarantino resumiu o sentimento de muitos fãs: “O terceiro é simplesmente magnífico. Você terminou literalmente a história da maneira mais perfeita que pôde. Então não, não me importo se o quarto é bom. Terminei.”

Toy Story 3 evidencia o ciclo da Disney

Essa dificuldade de encerrar ciclos não é novidade. A Disney já fez isso com outras propriedades intelectuais. Clássicos como Cinderela (1950), Peter Pan (1953) e Aladdin (1992) ganharam sequências pouco conhecidas, lançadas em momentos e formatos menos prestigiados. Ainda assim, a empresa insiste em revisitar esses mundos.

Com Toy Story, o risco é mais sensível. A franquia manteve uma qualidade acima da média mesmo nas continuações, mas cada novo filme coloca em jogo o impacto emocional construído lá atrás. O terceiro longa era uma carta de despedida — insistir em mais capítulos pode acabar enfraquecendo o que antes era unanimidade.

A Disney ainda é uma potência em contar boas histórias, e a Pixar continua entre os maiores estúdios de animação do mundo. Mas, ao revisitar continuamente o passado, a empresa corre o risco de desgastar seu próprio legado — e Toy Story 3 é o maior lembrete disso.