“Pryce acredita que a vida nos deve algo em troca de nossas agruras”, continua. “Claro que não deve nada, mas é como ele se sente com o golfe, um jogo que só tira da gente até que um dia parece dar algo em retorno.”
Esse “retorno” é o encontro do ex-profissional com Santi (Peter Dager), adolescente que se mostra um talento nato para o esporte. Pryce a princípio enxerga nele uma mina de ouro a ser explorada, mas à medida que a relação se aprofunda, ele precisa lidar com esse sentimento. “Ele vê a vida como uma sucessão de jogadas ruins que nos fazem questionar todo investimento em nosso aprimoramento”, reflete. “A gente se esforça e no fim nos perguntamos se vale a pena, e eu me identifiquei com isso.”
“Stick” logo escala de um acordo entre duas partes para um road movie que abraça mais personagens – além de Pryce e Santi, também caem na estrada Elena (Mariana Treviño), a mãe do jovem; Mitts (o comediante Marc Maron), amigo e ex caddy de Pryce; e Zero (Lilly Kay), uma bartender que se envolve com Santi. “Formamos uma família fragmentada”, conta Wilson. “Curtimos os bons momentos e, quando a coisa pega, precisamos aprender a apoiar uns aos outros.”
A tragédia e a comédia que permeiam a trama são emolduradas no mundo do golfe – esporte que, convenhamos, não tem um décimo da popularidade do futebol. “Golfe é um esporte único porque nosso primeiro adversário no campo somos nós mesmos”, justifica o produtor Jason Keller, que encontrou na AppleTV a parceira ideal para tirar “Stick”, uma criação original, da gaveta.
Golfe não é boxe
“Acho fascinante a concentração absoluta necessária para um golfista se destacar”, continua Kelly. “Em nossa história cada personagem lida com sua própria bagagem emocional, e mesmo que nem todos estejam no campo as adversidades são as mesmas.” Owen Wilson, que também assina a série como produtor executivo, ressalta que a energia dos entusiastas do esporte ajuda a vender a trama: “Mesmo quando desconheço alguma coisa me deixo envolver pela paixão de quem já é iniciado.”
2025-06-05 12:00:00