Rambo originalmente ficaria “filosofando” sozinho durante o filme. “Havia falas horríveis”, contou o ator. “Tipo: o policial me aborda e pergunta: ‘Onde você pensa que está indo?’. E eu responderia: ‘Já viu Easy Rider? Pois sou o Easy Walker'”, contou, em referência à expressão “easy rider” para pessoas que pilotam moto —ele seria um “easy walker”, por andar a pé.
Os diálogos não eram a única coisa que incomodavam Stallone: o corte inicial tinha três horas de duração. “Rambo: Programado para Matar” chegou aos cinemas como 1 hora e 33 minutos. “Fiquei uma hora e meia só perseguindo gente na floresta! E pior —eu ficava filosofando o filme todo. Tipo: atiro numa coruja, ela cai, e eu solto: ‘Toma essa, sua filha da puta comedora de ratos!’. Não dá para falar isso!”
Stallone revelou que não foi o único da equipe a achar o filme ruim. “Esse filme, quando fizemos, era tão ruim —pelo menos na minha opinião. Até meu agente… saímos e vomitamos juntos no beco de tanto horror.”
Foi então que ele e seu agente decidiram que precisavam sumir com o filme o mais rápido possível. “Tentamos recomprar ‘Rambo: First Blood’ e queimar os negativos”, contou Stallone ao Howard Stern. E reforçou: “Juro pelos meus filhos: tentamos comprar e queimar tudo.”
Para salvar o filme, Stallone —que também era corroteirista— reescreveu cenas, cortou 40 minutos e praticamente silenciou Rambo, transformando o fracasso anunciado em um clássico do cinema de ação. “Eu disse, aqui vai uma ideia: cortar todos os meus diálogos”, lembrou Stallone. “Cada fala. E fazer outras pessoas falarem sobre [Rambo]. Outras pessoas preencherem as lacunas. Eu acho que funciona muito bem.”
2025-06-13 05:30:00