por que a gente insiste em brigar sozinho?

Ninguém estava se entendendo. Enquanto produtores independentes grandes pediam uma coisa, os médios e pequenos queriam outra, grandes plataformas estavam defendendo coisas diferente, TV lineares queriam ainda outras coisas, e no fim cada um puxou a sardinha pra sua brasa.


Ninguém estava se entendendo. Enquanto produtores independentes grandes pediam uma coisa, os médios e pequenos queriam outra, grandes plataformas estavam defendendo coisas diferente, TV lineares queriam ainda outras coisas, e no fim cada um puxou a sardinha pra sua brasa. Resultado? Aprovaram um texto que quase ninguém curtiu de verdade, mas que passou porque a gente não conseguiu se organizar pra negociar junto.

Das coisas que me chamaram atenção nessa PL, tem uma que eu mesmo discuto faz tempo, mas raramente consegui espaço para discutir dentro do mercado: ela juntou no mesmo pacote quem faz série pra Netflix e quem faz vídeo pro TikTok. Isso mesmo, influenciadores e creators agora estão no mesmo balaio que cineastas e produtoras tradicionais. Plataformas de séries milionárias estão juntas de outras que qualquer pessoa com um celular pode subir seu vídeo.

Eu acho a conversa interessante, pois a ideia do que é o audiovisual brasileiro moderno, mora aí. Mas também acho que a lei acabou juntando duas coisas, dois grupos que fazem a mesma coisa, mas não se veem iguais. Uma discussão que a gente estava tendo meio tímido até agora, mas que agora vamos ter que encarar de verdade.

Porque no fim das contas, todo mundo tá produzindo audiovisual brasileiro. Mas a galera do cinema acha que creator não é “audiovisual de verdade”. E os creators nem sabem que poderiam usar lei de incentivo, não estão organizados em sindicato, não sabem lutar coletivamente pelos direitos deles e relegam isso a suas agências ou empresários.

Então agora a gente tem uma escolha: ou a gente repensa esse mercado junto, ou a gente continua se estranhando.

O audiovisual tradicional precisa seguir tocando o coração e a alma das pessoas com suas histórias profundas. E os creators e influencers precisam se unir pra ter seus direitos garantidos e um trabalho mais organizado e estável. Não precisa ser a mesma coisa, os mesmo pontos ou as mesma alíquotas, mas precisa conversar.



Conteúdo Original

2025-11-11 14:44:00

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