Maria, tua personagem na peça é uma mulher que vive conforme as expectativas da sociedade. Quando caiu sua ficha que você não precisava seguir aquilo que a sociedade espera de uma mulher?
Quando você é adolescente, você quer pertencer de qualquer maneira. Que é momento que você percebe que não é preciso mais se se violentar, se espremer, para encaixar, para pertencer? Eu acho que são vários momentos na vida.
Percebi isso depois da minha pré-adolescência, no contexto escolar. Poxa, acho que eu tô me machucando para caber, eu não preciso disso. Depois, mais tarde, enquanto mulher quando eu conheci o feminismo e compreendi esse lugar da autonomia da mulher, da mulher reconhecendo um valor em si mesma, não precisando de um homem para validar o seu próprio valor.
E depois também me assumindo como uma mulher lésbica, entendendo que eu também não preciso servir a esse modelo da heterossexualidade, da heteronormatividade.
Você estreou em “Amor à Vida” e foi um sucesso. Seria muito fácil, muito cômodo você assinar um contrato longo com a Globo e estrelar uma novela atrás da outra. Por que você optou por não seguir esse caminho?
Quando eu fiz essa novela e foi um sucesso, recebi essa proposta para assinar um contrato longo e permanecer ali na emissora, no Rio de Janeiro. Era muito, muito incomum fazer outra escolha que não fosse essa.
2025-11-10 05:30:00


