De acordo com dados da Ancine, divulgados no começo do ano, o nosso país tem 3.509 salas de cinema. É um recorde histórico, que —em uma conta simples— representa 60,8 mil brasileiros para cada sala.
Enquanto isso, os Estados Unidos possuem 39.007 telas, o que dá 8,9 mil norte-americanos para cada uma. Isso sem considerar a distribuição geográfica, poder aquisitivo, etc.
O mercado se movimenta para preencher essas lacunas. Uma delas é a Semana do Cinema, que começou em 28 de agosto e foi encerrada ontem, 3 de setembro, junto com o fim da temporada de blockbusters. Organizada pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Fennec) e com apoio da Associação Brasileira das Empresas Cinematográficas (Abraplex), o evento traz ingressos por R$ 10 —com exceção apenas nas salas especiais, que também tiveram descontos.
Conforme a Comscore, 2,26 milhões de pessoas compareceram nos exibidores no fim de semana da ação. O resultado veio após o pior fim de semana de 2025, com apenas 766 mil ingressos vendidos.
Contudo, um comentário recorrente nas redes sociais durante a divulgação era: “Queria ir, mas não tem cinema na minha cidade”.
Como vemos, o futuro da sétima arte depende de escolhas mais inteligentes: dos estúdios retomarem certo apetite ao risco, de tornar o acesso mais fácil e, acima de tudo, de convencer pais a levarem seus filhos. O que vale agora não é apenas correr atrás de um bilhão de dólares, mas garantir retorno saudável, relevância cultural e histórias que gerem conversa.
2025-09-04 07:40:00