Guerreiros do Sol aposta em sexo e violência para atrair audiência

Sergio Goldenberg: “É importante entender o Brasil daquela época, entrar nas casas, ver como essas mulheres viviam, mostrar como uma mulher vulnerável com uma doença desconhecida (câncer de mama) se impunha diante de um marido policial, tudo isso nos ajuda


Sergio Goldenberg: “É importante entender o Brasil daquela época, entrar nas casas, ver como essas mulheres viviam, mostrar como uma mulher vulnerável com uma doença desconhecida (câncer de mama) se impunha diante de um marido policial, tudo isso nos ajuda a entender como viviam aqueles sertanejos e como eles se projetavam nos cangaceiros.”

Que ousadias uma novela feita originalmente para o streaming permite se compararmos com uma produção de TV aberta?
George Moura:
“Por ser uma obra fechada com número de capítulos e menos personagens, você trabalha mais profundamente a relação entre os personagens. Não tem tanta a relação dos núcleos, dá para trabalhar de uma maneira mais vertical. A reiteração pode ser mais reduzida e a ousadia em termos de sexo e violência tem uma mirada mais longe.”

Sergio Goldenberg: “Esse projeto, a gente espera que tenha um público bastante diversificado. Nosso projeto anterior, ‘Onde Está Meu Coração’, era muito mais pesado, lidava com dependência química. A gente tinha receio de o público não aguentar, mas foi ao contrário. Ele foi capturando vários nichos e ele foi como uma onda, todo mundo foi lembrando de alguém que teve dependência química.”

George Moura: “No caso de ‘Onde Está Meu Coração’, à época que ele foi exibido na Globoplay, ele bateu todos os recordes de audiência de uma série de dez episódios na plataforma.”

Em geral, séries e novelas tentam dialogar com as redes sociais, porque a repercussão online virou um dos termômetros de sucesso. Houve essa preocupação de viralizar ou de virar assunto na internet quando vocês criavam e escreviam “Guerreiros do Sol”?
George Moura:
“Nós dois somos jornalistas. Temos noção clara de lead (jargão jornalístico para o primeiro parágrafo de uma notícia, que informa “o quê?”, “quem?”, “quando?”, “onde?”, “como?”, “por quê?” de um fato). Trabalhamos na dramaturgia com dois movimentos. Pegamos um tema, pesquisamos, investigamos e temos uma preocupação de fazer uma dramaturgia que engaje, que prenda a atenção e fidelize o olhar. A partir dessa perspectiva, isso vai para a rede social. Nossa escrita não visa a rede social, mas temos o desejo de alcançar o número de pessoas e de ampliar o olhar das pessoas, de dar o que as pessoas não sabem que querer ver. Isso ecoa no coração, na cabeça e na rede social.”

Vocês dois passaram pelo extinto Linha Direta, que sempre teve crimes reais como matéria-prima. Por que vocês acreditam que séries baseadas em crimes reais viraram uma febre nos últimos anos?
George Moura:
“Acho que o interesse pelo true crime vem do fascínio que o ser humano tem com a sombra do ser humano. Por mais que a gente rejeite nossos aspectos sombrios, temos um fascínio por isso. A dramaturgia serve para lançar luz sob aspectos mais sombrios do ser humano, esse fascínio pelo sombrio motiva muita a audiência.



Conteúdo Original

2025-06-16 05:30:00

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