A série de suspense político Refém (título original: Hostage), lançada pela Netflix na quinta-feira (21), rapidamente despertou interesse ao cativar a audiência com sua trama intensa e reviravoltas surpreendentes. Descrita como um “thriller político sombrio” com um final que é um “farol de esperança”, a produção acompanha a primeira-ministra britânica Abigail Dalton (Suranne Jones) enquanto ela enfrenta não apenas a crise mais desafiadora de sua carreira, mas também um drama pessoal avassalador.
Criada por Matt Charman, a série de cinco episódios mergulha o espectador em uma complexa conspiração de alto risco, envolvendo sequestros, chantagem e uma tentativa de golpe para forçar a renúncia de Abigail.
O sequestro e as ameaças na série Netflix
A narrativa central de Refém é impulsionada pelo sequestro do Dr. Alex Anderson (Ashley Thomas), marido de Abigail, ocorrido enquanto ele trabalhava com Médicos Sem Fronteiras na Guiana Francesa. A exigência dos sequestradores é clara e direta: a renúncia imediata da primeira-ministra. Essa situação cria uma tensão imensa, afetando até mesmo sua filha adolescente, Sylvie (Isobel Akuwudike).
Paralelamente, a presidente francesa Vivienne Toussaint (Julie Delpy), em visita a Londres para uma cúpula vital para a saúde britânica, torna-se alvo de chantagem. Um romance que ela teve com seu enteado, Matheo (Corey Mylchreest), ameaça destruir sua carreira política se vier a público. Ambos os enredos, embora aparentemente distintos, são orquestrados pelas mesmas “forças sombrias”.
Apesar das divergências iniciais e do histórico de rivalidade, Abigail e Vivienne são forçadas a colaborar para desvendar os “inimigos ocultos” por trás da conspiração, uma aliança crucial em um contexto de crise de saúde em que a Grã-Bretanha busca ajuda urgente da França. Durante as investigações, descobrem que Saskia Morgan (Sophie Robertson), ex-colega militar de John Shagan e namorada de Matheo, estava infiltrada como espiã. Ela havia sido afetada pelos cortes no orçamento militar de Abigail.
Sophie Robertson como Saskia e Corey Mylchreest como Matheo
As reviravoltas da trama
O clímax da trama revela os verdadeiros mentores e as complexas motivações por trás dos ataques. O General Livingston (Mark Lewis Jones), uma figura inicialmente confiável dentro do Ministério da Defesa do Reino Unido, é exposto como o cérebro por trás de tudo. Sua motivação era puramente política: reverter os cortes substanciais no orçamento militar impostos por Abigail Dalton, a quem ele considerava uma líder fraca que havia deixado as forças armadas “expostas e vulneráveis” em um mundo perigoso.
Livingston havia servido como oficial comandante de John Michael Shagan (Martin McCann), um ex-sargento britânico, em uma operação militar no Belize anos antes. A motivação de Shagan, por outro lado, era profundamente pessoal e enraizada em um evento traumático do passado.
Um flashback crucial no último episódio revela que Abigail, então uma ministra júnior, havia ordenado a evacuação abrupta de tropas britânicas do Belize durante uma invasão guatemalteca. Essa decisão, embora difícil, resultou no abandono e morte de civis locais, incluindo a noiva de Shagan, uma tradutora local que estava grávida de seis meses. Essa perda pessoal devastadora impulsionou Shagan a buscar vingança contra Abigail.
A conspiração atinge seu ápice com a detonação de uma bomba no escritório da primeira-ministra. A bomba, habilmente escondida no computador de Saskia e levada por Matheo, mata tragicamente Vivienne Toussaint, que heroicamente empurra Matheo para longe momentos antes da explosão.
Após o ataque, o Secretário de Defesa Dan Ogilvy (Pip Carter) é nomeado primeiro-ministro interino, enquanto Livingston tenta consolidar seu golpe militar, impondo um apagão de mídia e implantando as forças armadas nas ruas. No entanto, Abigail, com a ajuda de seus leais colegas Kofi (Lucian Msamati), Ayesha (Hiftu Quasem) e Kathy (Sara Powell), consegue juntar as peças do quebra-cabeça.
Ela confronta Livingston perante o gabinete, acusando-o de orquestrar tudo. Livingston, em um lapso fatal, trai-se ao mencionar a bomba no computador, uma informação classificada conhecida apenas por poucos. Essa revelação o expõe como colaborador, levando à sua prisão, e Ogilvy prontamente restitui Abigail ao seu cargo.

Ashley Thomas como Alex em Refém
Foto: Divulgação/Netflix
Ainda assim, o perigo não termina para Abigail em Refém.
Shagan e Saskia invadem a casa de segurança onde Alex, Sylvie e Matheo estão escondidos, mantendo-os reféns. Shagan exige que Abigail vá sozinha ao local. Durante o confronto final, Abigail tenta se desculpar por Belize, mas Shagan, consumido pela dor e pelo desejo de vingança, não demonstra piedade. Alex ataca Shagan em uma tentativa desesperada de proteger sua família e é esfaqueado.
Em um momento de tensão extrema, Sylvie, que havia roubado uma arma de Saskia, aponta-a para Shagan. Abigail e Alex imploram para que ela não atire. No entanto, Shagan provoca Sylvie ao revelar que ele ordenou a morte de seu avô (James Cosmo). Essa revelação é o ponto de ruptura, e Sylvie atira em Shagan no peito, no exato momento em que a polícia invade o local. Ela é detida pelos oficiais.
No desfecho, Abigail Dalton permanece como primeira-ministra, com sua família e equipe a apoiando. Alex Anderson sobrevive aos ferimentos e continua a apoiar a esposa em seus desafios políticos. Sylvie Anderson, após um período de incerteza, aparece três meses depois aparentemente segura e reunida com a família.
Em seu discurso final, Dalton recita as palavras de Vivienne Toussaint, prometendo honestidade e anunciando uma eleição geral para resolver os problemas do país, incluindo a escassez de medicamentos e a oposição política. Ela se compromete a ser transparente e buscar um “novo e radical mandato” para reconstruir a confiança do povo. A memória de Vivienne é honrada, com seu retrato pendurado em Downing Street e suas palavras ecoando através de Abigail.
Refém vai ter 2ª temporada na Netflix?
Refém foi inicialmente anunciada como uma minissérie limitada, tornando uma segunda temporada improvável. No entanto, o criador Matt Charman expressou interesse em explorar o impacto da morte de Shagan em Sylvie caso houvesse uma continuação.
Ele notou que o trauma de tal ato “nunca para” e levantaria questões sobre sua identidade na vida adulta. Embora não haja confirmação oficial, o sucesso de crítica e audiência da série deixa a porta aberta para a Netflix considerar a possibilidade.
2025-08-22 23:15:00