Felipe Simas avalia sucesso como Daniel Cravinhos

Quando você conhece a história de uma pessoa, você se interessa sobre o motivo das escolhas dela, porque quando você faz alguém que não existe, você cria essas escolhas. Agora você ter que criar um mecanismo para defender uma escolha que já existe, como, por exemplo, a escolha de Daniel Cravinhos (de assassinar os pais da namorada), é isso que me interessa descobrir como ator, a motivação das pessoas. Asa Branca é uma personalidade que revolucionou um mundo gigantesco no nosso Brasil, que é o rodeio. Então, me interessa muito saber o porquê desse desejo.

Felipe, rodeio é um assunto muito polêmico. A gente tem muito discutido essa questão de como os animais são tratados nesse tipo de evento. Você chegou a pesar essa questão na hora de decidir pelo papel ou o interesse pelo personagem falou mais alto?

Vou ser sincero: eu não pensei sobre isso. (Maus tratos a animais) É um ponto a ser uma questão a ser debatida, mas não pensei sobre isso quando fui convidado para fazer Asa Branca.

Você falou no começo da nossa conversa sobre descobrir o porquê das escolhas dos personagens reais, mas eu acredito que como ator, a cada personagem você se descobre também enquanto ser humano. O que Asa Branca te fez descobrir sobre você que você ainda não sabia?

Eu acho que o Asa Branca foi o personagem mais extrovertido que eu já fiz. Eu tendo a ser introvertido por conta de ser irmão, Rodrigo Simas. Meu irmão é uma luz por onde passa, ele brilha. Então, não era necessária muita movimentação dele para chamar a atenção. Eu, em contrapartida, sempre fui muito calado, muito na minha, eu ia meio que na onda dele, o que ele fazia, eu ia atrás. Então, essa parte extrovertida ficou muito pelo Rodrigo.

Com Asa Branca, eu descobri que o Felipe pode ser também extrovertido. É um pouco contra natural, confesso, mas eu descobri que em dado momento é importante você não se julgar e não pensar muito sobre os seus atos, só executá-los como você deseja. Essa era força motriz do Asa Branca. Ele não pensava muito sobre o que iam achar dele. Se ele tinha um desejo, tinha uma meta, ele ia atrás e usava de todas as energias para conquistar. Isso me ensinou, fez com que eu reparasse que existe essa força dentro de mim também.