O mercado de TV e streaming anda muito competitivo e a recessão econômica não permite riscos. Eles precisam dar um tiro certo, por isso, optam por formatos que já fizeram sucesso no exterior. Apesar disso, é preciso seguir desenvolvendo ideias originais e ofertando para o mercado. Mas quando falamos de formatos é preciso entender alguns pontos sobre esse tema.
Formatos, em geral, seguem tendências. São ondas. Houve a época das competições de gastronomia, dos shows de talentos. Agora, a bola da vez são disputas que abordam estratégia e comportamento, com The Traitors. Para investir no desenvolvimento de formatos, é preciso saber o que está acontecendo no mundo. Então, o profissional que se dedica a essa área tem que estar muito bem informado, pesquisar constantemente e ter muita referência para conhecer as estruturas narrativas de formatos de sucesso.
Tem outro ponto importante que é a intuição. Precisa ter uma sensibilidade para perceber um tema ou um universo que gera interesse no público, mas ainda não foi abordado. Um terceiro ponto para estar atento para desenvolver formatos é saber diferenciar as necessidades dos players. Streaming quer algo fora da caixa, irreverente. Já a TV aberta busca algo mais tradicional e menos cerebral, que permita que o público relaxe.
Rico Perez, diretor-geral de formatos de não ficção como “Ilhados com a Sogra” (1° temporada) e da versão brasileira de “Brincando com Fogo”
Acredito que o Brasil talvez tenha dificuldade de emplacar formatos fora por causa do idioma. A gente fala um idioma que é menos conhecido e isso é uma dificuldade para apresentar projetos para outros países. Além disso, nossos realities originais têm uma cara muito forte do país, o que causa uma certa estranheza quando você mostra um formato nacional para um produtor estrangeiro. Precisamos pensar em formatos que sejam mais universais, como Drag Me as a Queen e Ilhados com a Sogra, trazem esse olhar mais universal para o formato brasileiro.
2025-07-18 05:30:00