Conheço Edmilson Filho há quase uma década, e a proximidade deu abertura para que pudesse lhe fazer uma proposta indecorosa: que tal uma entrevista sobre “C.I.C.” não como ele, e sim assumindo a persona do próprio Karkará? Para deixar a coisa ainda mais divertida, seria um papo sem nenhum ensaio, sem respostas combinadas, com o ator improvisando na pele de seu personagem em um papo sem amarras. Ele topou.
O resultado é essa entrevista em que eu dei meu melhor para engolir a risada, levantando a bola para que Edmi… opa, o Agente Karkará, cortasse de volta. Falamos sobre a gênese de “C.I.C. – Central de Inteligência Cearense”, o treinamento para as cenas de luta, o trabalho com outros agentes na “missão” (o “paraguaio” Gustavo Falcão e a “argentina” Alana Ferri), seu “braço biônico” e como a agência “liberou” os documentos da operação que salvou o litoral do Brasil em forma de filme.
Assim como nas empreitadas anteriores de Halder Gomes e Edmilson Filho, “Central de Inteligência Cearense” usa a estrutura da comédia popular para a dupla recalibrar suas paixões — no caso, filmes de ação ancorados nas artes marciais, a devoção do brasileiro ao futebol e a paisagem cearense como pano de fundo de encher os olhos para uma aventura no cinema.
O que Edmi… opa, o Agente Karkará deixa claro, por fim, é a vontade de colocar na tela grande um Brasil diverso e colorido, malaco e bem humorado, que salta do Nordeste à região da tríplice fronteira com a missão — essa sim bastante real — de entreter. Sem deixar de mostrar, ao longo do caminho, por que os argentinos (sempre eles) são os melhores vilões que poderíamos ter. Karkará só não deixa claro se essa parte é realidade ou ficção…
2025-08-27 12:10:00