Praticamente tudo em “Toy Story” foi uma inovação. A animação digital havia experimentado um boom no cinema depois de “O Exterminador do Futuro 2” e “Jurassic Park”, mas nada era tão complexo quanto criar um longa-metragem inteiro em CGI. A equipe enxuta ralava noite e dia em busca de soluções para animar cada fragmento do filme – da complexidade dos movimentos do caubói Woody aos elementos mais banais, como uma folha ao vento ou a grama em um jardim.
Para manter o filme o mais orgânico possível, o time decidiu não abusar das possibilidades de uma câmera virtual em um ambiente digital – na época qualquer animador com as novas ferramentas se animava em criar tomadas panorâmicas intermináveis. Em vez disso, “Toy Story” foi produzido como um filme em live-action como se estivesse sendo capturado por câmeras normais. Referências reais para luz e sombras, além do rosto de atores como Tom Hanks e Tim Allen durante a gravação das vozes dos personagens, adicionaram textura e fluidez ao filme.
“Toy Story” finalmente chegou aos cinemas em 22 de novembro e foi um estrondo. Ancorada em seus protagonistas de brinquedo – além de Woody, o astronauta Buzz Lightyear, que a princípio desconhece ser um brinquedo -, e impulsionada pelo esforço de marketing da Disney, a aventura rapidamente se tornou um fenômeno. Só para ficar em números, o filme arrecadou US$ 365 milhões, ficando em segundo lugar entre as produções lançadas em 1995, com apenas ‘ milhão de dólares a menos que o topo da lista, “Duro de Matar – A Vingança”.
O maior triunfo de “Toy Story”, contudo, não foram seus resultados financeiros. O filme cravou a Pixar como uma das marcas mais sólidas do cinema, sinônimo de histórias espetaculares e emocionantes na mesma medida, executadas com sofisticação e esmero. “Monstros S.A.”, Procurando Nemo”, “Os Incríveis”, “Ratatouille”, “Wall-E” – se pensarmos nos filmes mais estimados pelo público das últimas três décadas, as produções do estúdio dificilmente não ocupam o topo do pódio.
A trama é um primor. Woody (Tom Hanks) é o boneco favorito de Andy e “líder” dos brinquedos no quarto do garoto – neste mundo, quando os humanos não estão de olho os brinquedos têm vida. A rotina muda com a chegada do moderníssimo Buzz Lightyear (Tim Allen) ou boneco que acredita, na verdade, ser um patrulheiro espacial de verdade. Tomado pela inveja, Woody planeja se livrar do novo rival, inadvertidamente jogando os dois em uma grande aventura em que eles precisam descobrir seu verdadeiro propósito.
2025-09-12 15:20:00