Clarice Alves equilibra cinema espanhol e audiovisual brasileiro

Clarice Alves Imagem: Emília Brandão/Divulgação “Há uma grande responsabilidade em dar vida a um papel inserido em uma história pela qual o público já se apaixonou, torce, espera reencontrar nas telonas. No filme, minha personagem faz parte de uma família


Clarice Alves Imagem: Emília Brandão/Divulgação

“Há uma grande responsabilidade em dar vida a um papel inserido em uma história pela qual o público já se apaixonou, torce, espera reencontrar nas telonas. No filme, minha personagem faz parte de uma família muito especial, formada por atores de diferentes nacionalidades, e minha preparação se concentrou, sobretudo, em transmitir a relação com a filha na trama, interpretada por Margarida Corceiro. Isso me pareceu essencial, e a conexão foi imediata. Desde o primeiro encontro, o instinto maternal surgiu de modo natural, bem espontâneo, e foi esse meu foco principal. Fiz o teste e logo em seguida vieram as gravações, sem grande tempo de preparação, então posso dizer, sem dúvidas, que me lancei neste projeto. Meu papel é o de uma mãe instintiva, carinhosa e muito presente. Era marcante seu estilo muito próprio e uma filosofia meio hippie, tanto na forma de se vestir quanto de viver. Então, me ajustei a esse universo e ele guiou a construção da personagem no curto tempo antes da imersão. Foi também minha primeira experiência interpretando a mesma mulher em fases distintas da vida, o que me marcou muito! Em uma cena ela aparece com 40 anos; em outra, já com 50; depois, aos 55. O impacto de me ver em tela com cabelos brancos, rugas, a passagem do tempo impressa no corpo, foi poderoso. Construir essa realidade ao lado das outras atrizes me deu a experiência de acreditar plenamente na personagem e mergulhar nesse tempo que corre”, conta.

No entanto, é em “Sigma”, longa independente de Daniel Benmayor, que a atriz abraça um dos personagens mais desafiadores de sua trajetória até agora: a dona de um bordel pra lá de complexa, carregada de nuances psicológicas e que promete explorar territórios inéditos de sua interpretação: “Foi uma realidade completamente nova para mim como artista. Era um personagem com muitas camadas, que precisava transitar pelo mistério, passar esse mistério através das ações, e que circulava num ambiente obscuro, que inspirava uma sensação de ilicitude em suas atitudes e até nas sutilezas de cada aspecto de sua conduta. A imersão nesse universo, com tão pouco tempo de preparação, foi um desafio em si, então a experiência foi mais de confiar no meu próprio trabalho, de não duvidar, de dizer ‘é isso, entendi perfeitamente o que o diretor quer, e vamos embora, eu vou fazer!’. Outro desafio foi encarnar uma personagem que falava de modo muito característico, específico, ‘de bairro’. Um inglês marcado, com sotaque bem carregado. Foi algo que eu nunca havia trabalhado e para o qual não tive preparação prévia. Me joguei a partir de modelos de observação acumulados ao longo da vida, experiências que a gente vai absorvendo e guardando. Usei isso para construir a personagem, confiando que seria possível, embarcando lado a lado com o diretor nessa criação. Foi uma construção conjunta, também, com a equipe de caracterização. Eu cheguei, e no dia seguinte precisávamos ter a personagem pronta. Havia várias opções de roupa, mexemos nas sobrancelhas, terminamos colocando uma prótese nelas. O processo foi intenso e ao mesmo tempo incrível: a oportunidade de um diretor chegar e dizer ‘é assim, é para amanhã’ e a gente se lançar. Foi uma experiência maravilhosa, que me deixou com vontade de mergulhar novamente nesse tipo de desafio”.

Também na sétima arte, a artista volta a ocupar o posto de protagonista, que já havia exercido no thriller “Urubú”, rodado na Floresta Amazônica e premiado em festivais internacionais. Agora, estrela “Tras los Pasos de la Rubia Platino”, produção hispano-americana dirigida por Eduardo Castejón, na pele de Ana Galarza, uma policial que enfrenta todos os riscos para proteger a filha.

Paralelamente, prepara também sua presença nas telas brasileiras! Clarice está confirmada na sexta temporada de “Impuros” (Disney+), drama criminal ambientado no Rio de Janeiro dos anos 1990, reforçando a intenção de intensificar sua atuação no mercado nacional sem abrir mão de sua inserção internacional.

“Quando penso na minha carreira, eu enxergo possibilidades diferentes, projetos distintos que me ajudam a expandir o alcance e a adensar meu repertório como atriz. Acho que já com ‘Impuros’, ‘Todo Lo Que Nunca Fuimos’ e ‘Sigma’ eu consegui três trabalhos que falam com públicos completamente diferentes. São registros muito distintos entre si.



Conteúdo Original

2025-09-12 14:10:00

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