‘Batman Eternamente’ celebra 30 anos sem revelar todas as suas versões

Ao longo dos anos, contudo, a existência de uma versão alinhada com a visão original de Joel Schumacher passou a ser alardeada em grupos de fãs pela internet. As evidências eram robuscas – embora bastante óbvias: fotografias de cenas inexistentes


Ao longo dos anos, contudo, a existência de uma versão alinhada com a visão original de Joel Schumacher passou a ser alardeada em grupos de fãs pela internet. As evidências eram robuscas – embora bastante óbvias: fotografias de cenas inexistentes no filme espalhadas por publicações da época, cenas usadas no trailer e em vídeos musicais do U2 e Seal que não apareciam na versão dos cinemas. É natural um filme ser picotado e remontado antes de seu lançamento – vide o recente “Esquadrão Suicida” -, especialmente depois de exibições teste durante o processo. Mas a conversa acerca de “Batman Eternamente” simplesmente não arrefecia.

Após a morte de Joel Schumacher em 2020, a ideia de existir uma “versão do diretor” do filme ganhou impulso, especialmente depois de o jornalista Marc Bernardin – colaborador em dúzias de veículos especializados – revelou que essa cópia seria supostamente mais sombria e menos farsesca, com ênfase no trauma de Bruce Wayne e sua relação com a psiquiatra interpretada por Nicole Kidman.

O próprio estúdio confirmou a existência dessa versão, com quase uma hora de metragem a mais e chamada internamente de “Preview Cut; One”. Foi a cópia que o cineasta Kevin Smith exibiu para um grupo de amigos em julho de 2023, e que o produtor e roteirista Akiva Goldsman garantiu que poderia ser restaurada e lançada em alguma plataforma. A Warner, por sua vez, vetou qualquer exibição pública de um “Director’s Cut” de “Batman Eternamente” e nega planos para que isso se concretize.

Chris O’Donnell em ‘Batman Eternamente’ Imagem: Warner

A engrenagem de Hollywood é marcada pela incoerência. Em 2006, pouco antes do lançamento de “Superman – O Retorno”, o estúdio investiu na restauração da versão de Richard Donner para “Superman II”, filme de 1980 que à época foi finalizado por outro cineasta, Richard Lester. Recentemente, “Liga da Justiça” foi remontado como um colosso de 4 horas segundo as especificações do cineasta Zack Snyder como forma de anabolizar as assinaturas do serviço de streaming Max.

“Batman Eternamente”, por outro lado, viu a efeméride de seus 30 anos de lançamento chegar sem nenhuma fanfarra. Reapresentar o filme segundo a visão original de seu diretor não seria somente uma bela homenagem à Joel Schumacher, mas também uma forma de celebrar o legado de Val Kilmer – e uma maneira de reconhecer as diferentes maneiras que um filme é planejado, executado e exibido. Mas o que seria uma ação de marketing simpática e bacana terminou com as fãs descobrindo que, fora do mundo digital, sua voz não reverbera com a força que eles imaginam.



Conteúdo Original

2025-06-16 19:12:00

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