Tarifaço pode gerar inflação e aumentar preço do café nos EUA, dizem exportadores em audiência no país

Grão de café
Mike Kenneally/Unplash
Marcos Antonio Matos, diretor-presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), defendeu o café brasileiro em uma audiência pública, em Washington, nos EUA, nesta quarta-feira (3).
Ele alertou que a tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros importados pelos EUA, como o café, vai encarecer o grão para os consumidores norte-americanos e pressionar a inflação no país.
A declaração aconteceu em um evento que faz parte de uma investigação aberta em julho pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para investigar supostas práticas desleais de comércio do Brasil.
Essa investigação foi aberta com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite que os EUA investiguem práticas comerciais “suspeitas” de outros países. A lei também permite a aplicação de sanções, ou seja, novas tarifas ou sanções para o Brasil.
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De acordo com a seção 301, se o próprio governo dos EUA concluir que há prejuízo, pode adotar medidas de retaliação contra o Brasil, como tarifas ainda mais altas do que os 50% que já atingem diversos setores.
Durante o discurso, o executivo citou dados da National Coffee Association (NCA) que mostram que mais de 70% da população dos EUA consome café, com um impacto econômico anual de US$ 343 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB americano.
Marcos também afirmou que o Brasil é responsável por mais de 30% do mercado americano de café, enquanto a produção interna dos EUA responde por menos de 0,3% da demanda.
“A indústria de café dos EUA também sustenta mais de 2,2 milhões de empregos e gera mais de US$ 101 bilhões em salários, beneficiando todos os estados e comunidades locais”.
O executivo também afirmou que a cadeia produtiva do café brasileiro é “organizada, eficiente e transparente”, segue a legislação socioambiental e tem capacidade para garantir o abastecimento sustentável da indústria norte-americana.
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