Tarifaço de Donald Trump reduz lucros da GM em US$ 1 bilhão; ações caem 7%

Cadillac Escalade 2023 divulgação/GM Os lucros da GM no segundo trimestre sofreram um impacto de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 6,12 bilhões) devido às tarifas de Donald Trump. Ainda assim, a montadora superou as expectativas dos analistas, impulsionada pelas sólidas




Cadillac Escalade 2023
divulgação/GM
Os lucros da GM no segundo trimestre sofreram um impacto de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 6,12 bilhões) devido às tarifas de Donald Trump. Ainda assim, a montadora superou as expectativas dos analistas, impulsionada pelas sólidas vendas de suas principais picapes e SUVs movidos a gasolina.
A GM, maior montadora dos EUA em volume de vendas e que detém marcas como a Chevrolet, afirmou que espera um impacto ainda mais severo das tarifas no terceiro trimestre. A empresa manteve a projeção de que os entraves comerciais podem reduzir seus resultados entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. Segundo a montadora, há planos para mitigar ao menos 30% desse prejuízo. As ações caíram cerca de 6% nas primeiras negociações do dia.
A receita da montadora no trimestre encerrado em 30 de junho caiu quase 2% em relação ao ano anterior, para cerca de US$ 47 bilhões. O lucro ajustado por ação caiu para US$ 2,53, ante US$ 3,06 no ano anterior. Analistas esperavam, em média, um lucro ajustado de US$ 2,44 por ação, segundo dados da LSEG. O lucro ajustado antes de juros e impostos caiu 32%, para US$ 3 bilhões.
A GM foi uma das empresas que revisaram suas projeções anuais devido ao impacto das tarifas impostas pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, reduzindo a previsão de lucro operacional ajustado anual para uma faixa entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões. A empresa reafirmou essa previsão na terça-feira.
Apesar das tarifas, o desempenho operacional da GM no trimestre foi sólido. As vendas no mercado norte-americano — seu principal centro de lucros — cresceram 7%, e a empresa continuou mantendo preços fortes para suas picapes e SUVs. A GM voltou a registrar um pequeno lucro na China, após ter prejuízo no país no mesmo período do ano anterior.
Analistas disseram que a GM pode ter que cortar investimentos em projetos futuros ou encontrar outras formas de reduzir gastos para compensar o efeito das tarifas.
A Stellantis, fabricante da Jeep, alertou na segunda-feira que as tarifas terão impacto significativo nos resultados do segundo semestre de 2025 e disse que as tarifas custaram cerca de 300 milhões de euros no primeiro semestre do ano. As ações da rival Ford Motor e os papéis da Stellantis negociados nos EUA caíram cerca de 1% na manhã de terça-feira.
Nos últimos meses, a GM tomou diversas medidas para fortalecer suas operações com motores a combustão, com aumento nos investimentos em fábricas nos EUA, o que coloca em dúvida a meta de encerrar a produção de carros e caminhões a gasolina até 2035.
“Apesar da desaceleração do crescimento da indústria de veículos elétricos, acreditamos que o futuro de longo prazo é a produção rentável desses modelos, e esse continua sendo o nosso norte”, disse a CEO da GM, Mary Barra, aos analistas nesta terça-feira.
Em junho, a GM anunciou um investimento de US$ 4 bilhões em três fábricas nos estados de Michigan, Kansas e Tennessee, incluindo um plano para transferir a produção do Cadillac Escalade e ampliar a produção de suas duas grandes picapes. Também anunciou que vai transferir para o Tennessee a fabricação do Chevy Blazer, antes feita no México. A montadora importa cerca de metade dos veículos que vende nos EUA, principalmente do México e da Coreia do Sul. Já a rival Ford produz cerca de 80% de seus veículos vendidos nos EUA em território americano. A Ford deve divulgar seus resultados do segundo trimestre na próxima semana.
As montadoras estão cada vez mais concentradas em reforçar suas linhas principais de picapes e SUVs a gasolina, à medida que a taxa de crescimento das vendas de veículos elétricos desacelera. A demanda por modelos elétricos já mostra sinais de enfraquecimento após um crescimento acelerado no início da década.
Essa tendência se intensifica com o fim iminente dos incentivos governamentais para modelos elétricos. A legislação tributária e orçamentária aprovada pelo Congresso eliminará, no final de setembro, os créditos fiscais de US$ 7.500 para a compra ou leasing de veículos elétricos novos e o crédito de US$ 4.000 para usados. Trump também sancionou leis que eliminam multas por descumprimento das regras de economia de combustível, o que facilita a produção de veículos a gasolina.



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