Principal preocupação é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. Israel e Irã intensificam bombardeios no quarto dia de guerra
Os preços do petróleo subiram mais de 4% nesta terça-feira (17), em meio à escalada de tensões no conflito entre Israel e Irã. O quinto dia de guerra foi marcado por bombardeios nos dois países, o que elevou os temores de interrupção no fornecimento global da commodity.
▶️ O barril tipo Brent (referência global) subiu 4,52%, cotado a US$ 76,54.
▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) avançou 4,46%, negociado a US$ 74,97.
A principal preocupação é se o conflito afetará o Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo.
Essa importante hidrovia já vinha sendo considerada vulnerável devido à crescente instabilidade regional, mas até o momento não foi afetada.
Embora não haja registro de interrupção no fornecimento, a notícia de uma colisão entre dois navios no Golfo de Omã causou um abalo temporário no mercado de petróleo, com reflexos nos preços.
A intensificação da guerra também afetou o mercado de ações nos Estados Unidos. Nesta terça, os principais índices voltaram a fechar em queda.
Veja o desempenho:
Dow Jones caiu 0,70%, aos 42.215,80 pontos;
S&P 500 caiu 0,85%, aos 5.981,67 pontos;
Nasdaq caiu 0,91%, aos 19.521,09 pontos.
O que querem Israel e Irã
5º dia de conflito
O conflito entre Irã e Israel entrou no quinto dia nesta terça. Desde sexta-feira (13), as trocas de ataques deixaram 248 mortos nos dois países, segundo autoridades locais.
Em meio à escalada de tensões, o presidente dos EUA, Donald Trump, antecipou sua partida da cúpula do G7 no Canadá para voltar a Washington.
O presidente americano afirmou que o Irã rejeitou um acordo para conter o desenvolvimento de armas nucleares e voltou a dizer que o país não pode ter armamento atômico. Ele também declarou que Teerã precisava ser evacuada imediatamente, sem dar detalhes.
Segundo a imprensa americana, Trump deve se reunir nesta terça com o Conselho de Segurança Nacional para tratar do assunto.
Na madrugada desta terça, a imprensa iraniana informou que explosões foram registradas em Teerã. Bombardeios também foram reportados em Natanz, cidade onde ficam importantes instalações nucleares — a cerca de 320 km da capital.
Já em Israel, sirenes de alerta soaram após a meia-noite, pelo horário local. Em Tel Aviv, foram ouvidas explosões causadas por novos ataques do Irã, segundo autoridades israelenses.
O governo iraniano afirma que a ofensiva israelense provocou 224 mortes no país, a maioria civis. Do lado israelense, as autoridades declararam que bombardeios iranianos mataram 24 civis e afetaram mais de 3 mil pessoas, que precisaram deixar suas casas.
Os dois países mantêm o discurso de que continuarão atacando e retaliando um ao outro. Enquanto isso, fontes ouvidas pela agência Reuters afirmam que o Irã pediu a Omã, Catar e Arábia Saudita que pressionem os EUA a convencer Israel a aceitar um cessar-fogo imediato.
Consumo mundial de petróleo deve cair
A Agência Internacional de Energia (AIE) informou nesta terça-feira que o consumo mundial de petróleo deve registrar uma “leve baixa” em 2030, o primeiro sinal de declínio deste combustível fóssil desde 2020, início da pandemia de covid-19.
Em relatório, a agência estima que o consumo deverá diminuir ligeiramente em 2030, após atingir o pico no ano anterior, para cerca de 105,5 milhões de barris por dia.
Nos EUA, o maior consumidor mundial de petróleo, esse declínio deverá ocorrer em 2026, e na China, o segundo maior consumidor, em 2028, apontam as estimativas.
Embora, por enquanto, “o conflito entre Israel e o Irã chame a atenção para os riscos imediatos à segurança energética, a nova perspectiva de médio prazo da AIE prevê que a oferta mundial de petróleo crescerá muito mais rápido do que a demanda nos próximos anos”, observa o relatório.
Fumaça é vista em refinaria de petróleo após um ataque israelense na capital iraniana, Teerã, em 17 de junho de 2025.
Photo by Atta Kenare/AFP
* Com informações das agências de notícias Reuters e France-Presse.
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