Líderes de China, Rússia e Índia se reúnem em sinal de apoio frente a pressões dos EUA

Líderes de China, Rússia e Índia se reúnem em sinal de apoio frente a pressões dos EUA Os líderes da China, Rússia e Índia se reuniram nesta segunda-feira (1º) em uma cúpula da OCS – bloco de segurança regional do




Líderes de China, Rússia e Índia se reúnem em sinal de apoio frente a pressões dos EUA
Os líderes da China, Rússia e Índia se reuniram nesta segunda-feira (1º) em uma cúpula da OCS – bloco de segurança regional do qual as três nações fazem parte – na cidade chinesa de Tianjin.
No evento, que reuniu representantes de mais de 20 países, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou sua visão para uma nova ordem econômica e de segurança que prioriza o “Sul Global”, em um desafio direto aos Estados Unidos e fez críticas veladas ao país e às políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
“Devemos continuar a tomar uma posição clara contra o hegemonismo e a política de poder, e praticar o verdadeiro multilateralismo. A governança global chegou a uma nova encruzilhada”, afirmou.
Aproveitando a cúpula, o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também fizeram uma reunião bilateral e firmaram um acordo para expandir o comércio entre os dois países.
O encontro extremamente amistoso entre Xi, Putin e Modi, líderes das três maiores potências fora do Ocidente, foi destaque na mídia internacional. Os três foram clicados rindo como bons amigos e trocaram algumas palavras, em um círculo fechado, antes dos tradutores se juntarem ao grupo.
Vladimir Putin, Narendra Modi e Xi Jinping
SUO TAKEKUMA / POOL / AFP
De acordo com especialistas, a camaradagem entre Xi e Putin pretende transmitir um vínculo estreito entre eles como líderes de uma ordem mundial alternativa que desafia os Estados Unidos.
Já Modi buscou mostrar que a Índia tem outros amigos importantes — incluindo a China, independentemente de uma disputa de fronteira não resolvida — caso o governo Trump opte por continuar alienando o governo indiano com tarifas, assim como o Brasil.
“É difícil dizer se a cena foi coreografada ou improvisada, mas isso realmente não importa.Se o presidente dos EUA e seus aliados pensaram que poderiam usar tarifas para pressionar a China, a Índia ou a Rússia a se submeterem, esse encontro diz o contrário”, destaca Eric Olander, editor-chefe da agência de pesquisa The China-Global South Project.
China e Índia são os maiores compradores de petróleo bruto da Rússia, o segundo maior exportador mundial. Trump impôs tarifas adicionais à Índia sobre as compras, mas não à China.
Vladimir Putin e Narendra Modi chegaram de mãos dadas a cúpula na China
Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS
Pouco conhecida fora da região, a OCS, com sede em Pequim, foi formada há mais de duas décadas como um bloco de segurança regional. China, Rússia e quatro Estados da Ásia Central são membros fundadores. A Índia aderiu em 2017.
Putin , cujo país estreitou laços econômicos e de segurança com a China em meio às consequências da guerra na Ucrânia, disse que a OCS revive o “multilateralismo genuíno”, com moedas nacionais cada vez mais usadas em acordos mútuos.
“Isso estabelece as bases políticas e socioeconômicas para a formação de um novo sistema de estabilidade e segurança na Eurásia. Este sistema, diferentemente dos modelos eurocêntrico e euro-atlântico, consideraria genuinamente os interesses de uma ampla gama de países, seria verdadeiramente equilibrado e não permitiria que um país garantisse sua própria segurança às custas dos outros”, defendeu Putin.
Xi pediu a criação de um novo banco de desenvolvimento da OCS, o que seria um grande passo em direção à antiga aspiração do bloco de desenvolver um sistema de pagamento alternativo que contorne o dólar americano e o poder das sanções dos EUA.
Pequim fornecerá 2 bilhões de yuans – o equivalente a US$ 280 milhões – em ajuda gratuita aos estados-membros este ano, e mais 10 bilhões de yuans em empréstimos a um consórcio bancário da OCS.



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