Família passa mal após consumir planta tóxica em Patrocínio
A Nicotiana glauca, planta conhecida como ‘falsa couve’ e que deixou quatro pessoas da mesma família internadas, em Patrocínio, no Alto Paranaíba, tem características físicas que podem diferenciá-la da couve verdadeira. Entre elas, estão: folhas um pouco mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada.
As informações foram confirmadas pela professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
“Enquanto a couve que a gente consome tem a folha mais grossa e nervuras bem marcadas, a Nicotiana glauca tem um verde mais vivo. Mas, ainda assim, se você não tem uma do lado da outra, fica bastante difícil a diferenciação. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência”, afirmou a especialista.
Ainda de acordo com a professora, a ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até levar à morte.
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Falsa couve tem folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde acinzentado.
Polícia Militar/Divulgação
Preparo influencia na toxicidade da planta
A Nicotiana glauca, também chamada de charuteira, tabaco-arbóreo ou popularmente como ‘fumo bravo’ , é uma planta extremamente tóxica, comum em áreas rurais e à beira de estradas em todo o Brasil. Conforme a professora da UFU, a planta contém uma substância chamada anabazina, um alcaloide que pode causar paralisia muscular, respiratória e até levar à morte.
A especialista alerta que o modo de preparo também influencia na gravidade da intoxicação.
“Ela é bastante comum em áreas rurais, em todo o Brasil, na beira de estradas. Infelizmente, ela é bem comum e facilmente confundida com a couve. Dependendo da forma como é consumida, crua ou cozida, isso vai alterar a quantidade dessa substância tóxica que a pessoa vai consumir, podendo levar a efeitos ainda mais graves”, explicou.
Em casos de ingestão da ‘falsa couve’, não existe nenhum tipo de antídoto que possa ser administrado em casa. A indicação é procurar imediatamente atendimento médico, pois quanto mais rápido for o socorro, maiores são as chances de evitar complicações graves da intoxicação.
Família internada após almoço
Quatro pessoas são internadas em estado grave após comerem ‘falsa couve’ em MG
As quatro pessoas da mesma família foram internadas em estado grave após ingerirem a ‘falsa couve’ durante um almoço.
O vegetal foi colhido na chácara onde eles moram e servido refogado. Entre os intoxicados estão uma mulher de 37 anos, um homem de 60 e dois de 67 anos, que sofreram parada cardiorrespiratória no momento do atendimento.
Um dos homens de 67 anos, recebeu alta na quinta-feira (9), conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio. Ele não precisou ser intubado e passa bem.
Contudo, segundo a secretária Luciana Rocha, a mulher e os dois homens ainda internados estão em estado grave, intubados e foram colocados em coma induzido.
“Até o momento não é possível dizer quando os médicos reduzirão a medicação e consequentemente tirá-los do coma. Tudo depende deles permanecerem estáveis”, disse.
Uma criança de 2 anos também foi hospitalizada, mas apenas para ficar em observação, já que não ingeriu a planta.
Parte da couve falsa foi encontrada na arcada dentária da mulher e encaminhada para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, juntamente com folhas do vegetal.
O g1 solicitou informações à Funed sobre o prazo para conclusão da análise, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
Nicotiana glauca
Corpo de Bombeiros/Divulgação
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Família socorrida com sintomas de envenenamento
Segundo a Polícia Militar (PM), as vítimas passaram mal pouco depois do almoço e foram atendidas por equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da PM. O resgate ocorreu por volta das 15h de quarta-feira (8).
No momento do socorro, as quatro vítimas sofreram parada cardiorrespiratória, mas os socorristas conseguiram reverter o quadro ainda no local. Elas foram encaminhadas em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Ainda conforme a PM, a planta consumida foi colhida nas proximidades da cozinha da residência. A suspeita é de que tenha ocorrido um erro na identificação do vegetal durante o preparo da refeição.
O material foi recolhido pela Perícia Técnica da Polícia Civil, que vai analisar a espécie e verificar a presença de substâncias tóxicas. Um inquérito também foi aberto para investigar as causas do envenenamento acidental.
A secretária de Saúde de Patrocínio, Luciana Rocha, afirmou que a pasta acompanha o caso.
“Nossa equipe da Vigilância Sanitária atuou imediatamente assim que deram entrada na UPA e na Santa Casa, para que pudéssemos ofertar um cuidado de forma rápida. Infelizmente, eles ainda estão em estado grave”, disse a secretária de Saúde de Patrocínio, disse.
Três pacientes seguem internados na Santa Casa de Patrocínio
Paulo Barbosa/TV Integração
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