Dólar opera em queda nesta terça, com foco em acusações de violação do cessar-fogo entre Israel e Irã

Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,40%, cotada a R$ 5,5026. Já a bolsa de valores teve queda de 0,41%, aos 136.550 pontos. Israel e Irã voltam a trocar ataques mesmo com promessa de trégua de Trump O dólar opera




Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,40%, cotada a R$ 5,5026. Já a bolsa de valores teve queda de 0,41%, aos 136.550 pontos. Israel e Irã voltam a trocar ataques mesmo com promessa de trégua de Trump
O dólar opera em queda de 0,21% nesta terça-feira (24), cotado a R$ 5,4912 perto das 09h40. As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam às 10h.
▶️As acusações de violação do cessar-fogo por parte de Israel e Irã, voltam a aumentar as tensões no Oriente Médio.
Na véspera, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a trégua havia sido estabelecida e que o conflito seria completamente encerrado nesta terça-feira. Após o início do cessar-fogo, no entanto, Israel e Irã se acusaram de violar o acordo, o que voltou a acender preocupações com uma nova escalada do conflito e pode aumentar a cautela nos mercados financeiros.
▶️ A proximidade do fim do prazo de suspensão do tarifaço imposto por Trump, que afetou mais de 180 países, também segue no radar. Washington ainda busca concluir acordos com seus principais parceiros.
▶️ No Brasil, investidores repercutem a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento, divulgado nesta terça-feira (24) pelo BC, reforçou a indicação da instituição no comunicado da semana passada, quando o colegiado disse que pretende interromper o ciclo de altas de juros para observar seus impactos na economia. (Entenda mais abaixo)
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,40%;
Acumulado do mês: -3,77%;
Acumulado do ano: -10,96%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: -0,35%
Acumulado do ano: +13,52%.
Violação do cessar-fogo
Depois de um dia de escalada das tensões entre Israel e Irã — com ataques entre os dois países e o lançamento de mísseis de retaliação por parte do Irã contra uma base norte-americana de Al Udeid, no Catar —, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que os dois países haviam alcançado um acordo de cessar-fogo na noite de segunda-feira (23).
O acordo teria sido alcançado depois de o republicano e seu vice-presidente, J.D. Vance, terem discutido uma proposta de cessar-fogo entre Israel e Irã com o emir do Catar.
A trégua, no entanto, não durou muito, com Israel e Irã tendo acusado um ao outro de violação do acordo já na manhã desta terça-feira. Trump afirmou que não estava feliz com nenhum dos dois países e exigiu que o aliado Israel não volte a bombardear o Irã.
Em uma mensagem pelas redes sociais, Trump também disse que se Israel voltar a bombardear o Irã estará cometendo uma “grande violação”.
“Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora! Donald J. Trump, presidente dos Estados Unidos”, escreveu.
A violação do acordo voltou a aumentar as tensões na região, que já vinha de uma escalada do conflito desde o final de semana, quando os Estados Unidos entraram na guerra e anunciaram ataques a três instalações nucleares no Irã. Ainda assim, os mercados seguiam positivos nesta terça-feira.
Os confrontos entre Israel e Irã começaram em 13 de junho. Militares israelenses lançaram uma operação para destruir alvos nucleares iranianos, e Teerã retaliou com mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Os bombardeios já causaram mais de 240 mortes e milhares de feridos, segundo dados oficiais. Instituições independentes, no entanto, estimam que o número real pode ser ainda maior.
Preços do petróleo
A escalada do conflito havia pressionado os preços do petróleo e os mercados globais. No entanto, a resposta controlada de Teerã trouxe alívio aos mercados e provocou queda nos preços da commodity.
Na avaliação de analistas, o ataque do Irã e a ausência de ações para interromper o tráfego de petroleiros no Estreito de Ormuz mostram que a commodity não será o alvo principal iraniano. Além disso, há expectativa de que o conflito não escale.
Um eventual bloqueio do Estreito de Ormuz — por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido globalmente — poderia provocar uma disparada nos preços.
No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima como retaliação aos ataques dos EUA. No entanto, a medida ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei, o que ainda não ocorreu.
Nesta segunda-feira (23), Trump reiterou seu desejo de manter os preços do petróleo baixos, diante dos temores de que os ataques dos EUA ao Irã provoquem alta nos custos da commodity.
“Pessoal, mantenham os preços do petróleo baixos, estou de olho! Vocês estão fazendo o jogo do inimigo, não façam isso”, escreveu Trump em letras maiúsculas em sua plataforma Truth Social.
Juros e indicadores
Por fim, o mercado repercute a ata da última reunião do Copom, divulgada nesta terça-feira. Segundo analistas, o tom do documento foi brando (“dovish”, no jargão do mercado), trazendo a expectativa de que os efeitos dos juros elevados ainda devem chegar na economia, desacelerando a atividade ao longo dos próximos meses.
Além disso, apesar de reconhecer que a inflação está melhor no curto prazo, o Banco Central (BC) continuou a chamar a atenção para as projeções de alta dos preços pelo mercado, destacando as incertezas que ainda existem no cenário internacional.
Na semana passada, o comitê elevou a Selic para 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. Em julho de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa estava em 15,25% ao ano.
🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo, pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.
Cédulas de dólar
John Guccione/Pexels



Conteúdo Original

Posts Recentes

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE