Risco de paralisação nos EUA: reunião na Casa Branca termina sem acordo para aprovação do Orçamento
O dólar nesta terça-feira (30) opera em queda, recuando 0,23% às 10h45, a R$ 5,3092. Já o Ibovespa , principal índice da bolsa brasileira, avançava 0,55%, aos 147.143 pontos.
O dia é marcado pelos investidores atentos a uma série de indicadores no Brasil e no exterior. A possível paralisação do governo americano e os números do mercado de trabalho devem ditar o tom, enquanto por aqui os dados fiscais e do emprego completam a agenda.
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▶️ Nos EUA, cresce a expectativa em torno de um possível “shutdown” já a partir de amanhã (1º), diante da falta de acordo entre democratas e republicanos. Analistas avaliam que, desta vez, o impacto pode ser maior, dado o cenário de fragilidade econômica.
▶️ Ainda na agenda americana, às 11h saem os números das ofertas de emprego (Jolts) de agosto, indicador que mede a disposição das empresas em contratar. Mais tarde, às 17h30, será divulgado o relatório de estoques de petróleo bruto da API, com reflexo nos preços da commodity.
▶️ No Brasil, após o Caged ter apontado na véspera a criação de 147.358 vagas em agosto — o menor número para o mês desde 2020 —, o IBGE mostrou que a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em agosto, em linha com as previsões dos economistas.
▶️ Também nesta manhã, será conhecido o resultado primário de agosto, com expectativa de déficit de R$ 21 bilhões. Já às 14h30, o Tesouro apresenta o relatório mensal da dívida pública referente ao mesmo período.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,31%;
Acumulado do mês: -1,85%;
Acumulado do ano: -13,88%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,61%;
Acumulado do mês: +3,48%;
Acumulado do ano: +21,66%.
Desemprego em agosto repete mínima histórica
A taxa de desemprego no Brasil ficou 5,6% no trimestre móvel encerrado em agosto, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado repetiu o percentual do trimestre encerrado em julho, quando a taxa de desocupação atingiu o menor nível da série histórica do instituto, iniciada em 2012.
No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego estava em 6,2%. Um ano antes, no mesmo período, havia sido de 6,6%.
A desocupação atingiu 6,084 milhões de pessoas no trimestre — o menor já registrado na série histórica. O resultado representa uma queda de 9% (605 mil pessoas) em relação ao trimestre até maio contra o trimestre anterior e de 14,6% (menos 1 milhão) em relação ao mesmo trimestre de 2024.
A população ocupada no país chegou ao recorde de 102,4 milhões de pessoas no período. Dessa parcela, o número de empregados com carteira assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) também alcançou novo recorde da série do instituto, com 39,1 milhões.
Na comparação com o trimestre móvel encerrado em maio, o número ficou estável, mas cresceu 3,3%, ou seja, mais 1,2 milhão de pessoas assinaram a carteira no ano de 2025.
Batalha orçamentária nos EUA
Com o orçamento do governo dos Estados Unidos prestes a expirar à meia-noite desta terça-feira (30), republicanos e democratas no Congresso não dão sinais de chegar a um acordo sobre uma solução provisória que evite a paralisação.
O presidente Donald Trump marcou uma reunião com líderes do Congresso na Casa Branca nesta segunda-feira (29), em uma última tentativa de superar o impasse.
Os democratas, porém, indicaram que não pretendem aprovar o plano de curto prazo defendido pelos republicanos sem alterações.
Caso não haja consenso sobre uma nova lei orçamentária, a paralisação — que já ocorreu outras vezes no país — deve começar em 1º de outubro, e tudo aponta para esse cenário.
🔎 Se o Congresso não agir, milhares de funcionários do governo federal poderão ser dispensados, desde a Nasa até os parques nacionais, e uma ampla gama de serviços será interrompida. Os tribunais federais podem ter que fechar e os subsídios para pequenas empresas podem sofrer atrasos.
No entanto, essa disputa vai além do financiamento temporário. Trata-se da continuidade de um embate que começou quando Trump assumiu o cargo, em janeiro, e se recusou a liberar bilhões de dólares já aprovados pelo Congresso.
Os democratas querem usar a ameaça de paralisação para recuperar parte desses recursos e manter os subsídios de saúde que expiram no fim do ano.
Estão em jogo US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 9 trilhões) em gastos discricionários que mantêm as operações das agências e expiram no fim do ano fiscal, na próxima terça-feira, caso o Congresso não aprove a prorrogação.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos começaram o dia em queda, com investidores preocupados com a possibilidade de paralisação do governo. Esse impasse pode atrasar a divulgação de dados importantes sobre a economia, o que aumenta a incerteza no mercado.
Na abertura, os principais índices mostravam leve recuo: o Dow Jones caía 0,07%, o S&P 500 perdia 0,08% e o Nasdaq recuava 0,05%.
As bolsas europeias operam sem direção definida, refletindo a tensão causada por decisões políticas nos EUA, como as tarifas comerciais e o impasse sobre o orçamento do governo.
Entre os principais índices, o STOXX 600 recuava 0,06%. O DAX, da Alemanha, subia 0,10%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, avançava 0,01%. O CAC 40, da França, caía 0,35%, e o FTSE MIB, da Itália, tinha leve alta de 0,01%.
Na Ásia, as bolsas fecharam com resultados mistos. Na China e em Hong Kong, os índices subiram, impulsionados pela expectativa de medidas de apoio à economia antes dos feriados. Esse otimismo ajudou a manter a sequência positiva dos últimos meses.
No fechamento, Xangai subiu 0,52%, o CSI300 avançou 0,45% e Hong Kong teve alta de 0,87%. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,25%. Seul recuou 0,19%, enquanto Taiwan subiu 0,94%. Cingapura teve alta de 0,46% e Sydney fechou com queda de 0,16%.
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
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