Dólar abre sessão desta quinta-feira, com foco em negociações entre Brasil e EUA

O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (7), com os investidores atentos à possibilidade de o governo anunciar um plano de contingência diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que já está em vigor. Também




O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (7), com os investidores atentos à possibilidade de o governo anunciar um plano de contingência diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que já está em vigor. Também entraram em vigor logo após a meia-noite (horário da costa leste) as novas tarifas comerciais dos EUA sobre produtos de mais de 90 países, em mais um passo da Casa Branca para reestruturar as cadeias globais de comércio.
As negociações no Ibovespa têm início às 10h. Além do impacto do tarifaço, o mercado também monitora a divulgação dos balanços corporativos do segundo trimestre.
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▶️ Nos mercados globais, as bolsas europeias operam em alta, impulsionadas por novas notícias sobre tarifas comerciais e a decisão do Banco da Inglaterra (BoE) de cortar os juros para 4%, após votação apertada por 5 a 4. A dificuldade em chegar a um acordo fez com que o Comitê de Política Monetária tivesse que realizar duas votações sobre os juros pela primeira vez em sua história.
▶️ Já os mercados da Ásia-Pacífico fecharam majoritariamente em alta. Por lá, os investidores avaliam a promessa do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa de 100% sobre as importações de semicondutores e chips.
▶️No cenário econômico, destaque do dia é a divulgação do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), da Fundação Getulio Vargas, que recuou 0,07% em julho, após uma deflação de 1,80% em junho. Com o resultado, o índice acumula queda de 1,82% no ano e avanço de 2,91% nos últimos 12 meses.
O IGP-DI mede a inflação com maior sensibilidade às oscilações do câmbio e aos custos no atacado, sendo calculado entre o primeiro e o último dia do mês de referência.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -1,47%;
Acumulado do mês: -2,46%;
Acumulado do ano: -11,60%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: +1,59%;
Acumulado do mês: +1,10%;
Acumulado do ano: +11,85%.
O tarifaço chegou
O tarifaço chegou no Brasil nesta quarta-feira (6), ainda sem nenhum avanço nas negociações do governo brasileiro com os Estados Unidos. Investidores ainda monitoram quais os possíveis feitos da prisão de Jair Bolsonaro (PL) nas negociações.
A prisão domiciliar do ex-presidente foi decretada na última segunda-feira (4) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão veio após Bolsonaro ter descumprido medidas cautelares, como a proibição de uso das redes sociais — inclusive por meio de terceiros.
Em um momento delicado de negociação entre o Brasil e os EUA, no entanto, a decisão de Moraes traz dúvidas ao mercado sobre eventuais retaliações de Trump contra o país. O republicano defendeu Bolsonaro mais de uma vez nos últimos meses, reiterando que o julgamento do ex-presidente era uma “caça às bruxas” e confirmando que isso era um dos motivos para o Brasil ser o país mais taxado.
A ordem executiva que decretou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada.
De acordo com a Casa Branca, a tarifa de 50% contra o Brasil foi adotada em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Governo Lula aciona OMC
Com as tarifas em vigor, o Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta que o governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
“Ao impor as citadas medidas, os EUA violam flagrantemente compromissos centrais assumidos por aquele país na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização”, afirma a nota do Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou ainda que o Brasil está à “disposição para negociação e espera que as consultas [feitas nesta quarta] contribuam para uma solução para a questão”.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou a jornalistas pela manhã que o pacote de ajuda do governo a setores e empresas afetados pela tarifa mais elevada dos EUA incluirá crédito e aumento de compras governamentais, acrescentando que conversará na semana que vem com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
“O escopo das tarifas de 50% será mais brando do que o inicialmente esperado. Embora o impacto macroeconômico direto deva ser limitado, os efeitos setoriais são relevantes e o impacto indireto pode ganhar tração caso haja deterioração significativa da percepção de risco”, disseram analistas do BTG em relatório.
Agenda econômica
Na agenda econômica, um dos destaques da sessão fica com a divulgação da balança comercial brasileira.
Os dados oficiais também apontam que o Brasil registrou déficit em suas transações comerciais com os Estados Unidos pelo sétimo mês seguido em julho.
🔎Um déficit comercial significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos. O que, para a economia brasileira, representa um cenário desfavorável.
Em julho, as exportações brasileiras aos Estados Unidos somaram US$ 3,71 bilhões. Já as importações feitas pelo Brasil totalizaram US$ 4,26 bilhões no período. Com isso, o saldo ficou deficitário para o Brasil em US$ 559 milhões no mês passado.
Além disso, uma série de balanços corporativos e dados econômicos internacionais também ficaram no radar, com os investidores de olho em eventuais novas pistas de dirigentes do Fed sobre o futuro dos juros nos EUA.
Cédulas de dólar
Pexels
*Com informações da Agência Reuters e Agência Brasil



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