Em geral, rombo maior tem relação com o crescimento da economia. Balança comercial piorou no período – ou seja, Brasil importou mais e exportou menos, levando recursos para fora do país. O rombo das contas externas brasileiras avançou cerca de 60% no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que o investimento estrangeiro direto no país recuou, informou o Banco Central (BC) nesta segunda-feira (28).
De acordo com a instituição, as contas externas, isto é, transações correntes, registraram um déficit de US$ 19,67 bilhões nos três primeiros meses deste ano, em comparação com US$ 12,39 bilhões no mesmo período do ano passado.
🔎 O resultado em transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do país, é formado por:
balança comercial: que é o comércio de produtos entre o Brasil e outros países;
serviços: adquiridos por brasileiros no exterior; e
rendas: remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior.
🔎 Um déficit nas transações correntes significa que o Brasil enviou mais dinheiro pra fora – importando bens e serviços e transferindo lucros, por exemplo – do que recebeu dinheiro do exterior (sem contar a conta financeira, que engloba os investimentos estrangeiros).
🔎O Banco Central costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe
A piora das contas externas, no primeiro trimestre, está relacionada principalmente com o desempenho da balança comercial, que teve superávit de US$ 7,87 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo positivo foi maior: US$ 16,3 bilhões.
➡️Levando em consideração todo o ano passado, o déficit em conta corrente somou cerca de US$ 60 bilhões (valor revisado).
➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um rombo de US$ 58 bilhões.
Investimentos estrangeiros diretos
O BC também informou que os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira registraram queda no primeiro bimestre deste ano.
Os estrangeiros trouxeram US$ 14,19 bilhões em investimentos nos três primeiros meses de 2025, contra US$ 16,58 bilhões no mesmo período de 2024.
Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para “financiar” o rombo das contas externas de US$ 19,67 bilhões registrado no mesmo período.
Quando isso acontece, o país tem de se apoiar em outros fluxos de recursos, como aplicações financeiras, para financiar a diferença. A diferença, entretanto, foi modesta.
➡️No ano passado completo, os investimentos estrangeiros diretos no país somaram US$ 71,1 bilhões.
➡️Para o ano de 2025 fechado, o Banco Central estimou, em março, um valor de US$ 70 bilhões.
Gastos de brasileiros no exterior
De acordo com dados do Banco Central, os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 4,9 bilhões nos três primeiros meses deste ano.
Trata-se do maior valor, para este período, desde 2018 (US$ 4,93 bilhões), ou seja, em seis anos.
Segundo analistas, as despesas no exterior são influenciadas, principalmente, por dois fatores: o nível de atividade econômica, que influencia a renda da população, e o valor do dólar (que mostrou queda no começo de 2026).
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