Com 'invasão' de chineses, vendas de importados crescem seis vezes mais que nacionais, diz Anfavea

A participação de veículos importados no mercado brasileiro se aproxima de 20%, impulsionada principalmente pela entrada de novos modelos e marcas chinesas no país. Fábrica da Chevrolet em São Caetano do Sul, SP Divulgação No primeiro semestre de 2025, a




A participação de veículos importados no mercado brasileiro se aproxima de 20%, impulsionada principalmente pela entrada de novos modelos e marcas chinesas no país. Fábrica da Chevrolet em São Caetano do Sul, SP
Divulgação
No primeiro semestre de 2025, a importação de veículos cresceu 15,6%, com destaque para os modelos chineses, passando de 197.667 para 228.472 unidades vindas do exterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No mesmo período, as vendas acumuladas de veículos nacionais aumentaram 2,6%. Com isso, o ritmo de crescimento dos importados foi seis vezes maior.
“O que está por trás desse dado é um processo que pode aprofundar um processo de desindustrialização, de queda de empregos, de menor consistência da nossa cadeia de fornecedores”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.
A China é o representante que mais cresceu (aumento de 37,2%) na lista dos veículos importados que chegaram ao Brasil, mas a Argentina (aumento de 13,6%) segue como o país que mais entrega automóveis para o país:

No acumulado, as 228,4 mil unidades importadas neste semestre está próxima de superar os 273,5 mil veículos que chegaram de outros países em todo ano de 2022.
Mesmo com este crescimento dos veículos importados no mercado brasileiro, a Anfavea não prevê revisão dos investimentos das fabricantes que produzem localmente, que somam cerca de R$ 180 bilhões, mas mostrou receio com o futuro.
“[os investimentos] estão mantidos até agora, não há qualquer mudança no horizonte, mas essas turbulências que podem desfavorecer a produção local, farão necessariamente que as contas sejam revistas”, apontou Igor.
Neste semestre, os carros importados representam 19,1% do total de emplacamentos de veículos zero quilômetro no Brasil. Em comparação com 2022, houve um aumento de 46,92% na participação desses modelos no mercado nacional.

Durante a coletiva de imprensa, Igor Calvet voltou a reforçar que a entidade espera a recomposição da alíquota de importação para o setor. “Ainda que as importações não diminuam, você diminui o desequilíbrio competitivo presente em nosso país”, disse o executivo.
O presidente da Anfavea elencou o fechamento da fábrica da Michelin, em Guarulhos (SP), previsto para o final deste ano como um exemplo do que chama de “desequilíbrio competitivo no mercado automotivo brasileiro”, com o aumento dos importados.
“O desequilíbrio competitivo vai gerar o enfraquecimento da nossa cadeia e, consequentemente, aumentar nossa dependência externa de produção e preços. Menos divisas vindo ao país. Esse infortúnio da Michelin em Guarulhos é sintoma de um problema que é o desequilíbrio competitivo que temos com os importados hoje”, diz o presidente da Anfavea.
A previsão da Anfavea é que ao final de 2025, o ano acumule cerca de 200 mil veículos vindo apenas da China.
Ao mesmo tempo, as exportações subiram 60% no semestre, impulsionadas pelo crescimento do mercado argentino. Durante o primeiro semestre de 2024 foram 165,3 mil unidades exportadas e em 2025 o número saltou para 264,1 mil veículos.
Estes são os principais países que comparam os veículos fabricados no Brasil:
Argentina: 157.350 mil unidades, crescimento de 183,1%;
México: 36.989 mil unidades, queda de 18,4%;
Colômbia: 19.939 mil unidades, crescimento de 38%;
Uruguai: 16.607 mil unidades, queda de 0,9%;
Chile: 12.695 mil unidades, crescimento de 38%.
Produção nacional está positiva, mas não saudável
Segundo a Anfavea, a produção nacional de veículos atingiu as 1.226.663 unidades, número 7,8% superior aos 1.137.881 fabricados no Brasil durante o primeiro semestre de 2024.
Mesmo no positivo, a produção nacional de veículos passa pelo segundo mês no negativo. Em junho a queda foi de 6,5% com 200,8 mil unidades e em maio o decréscimo foi de 5,9%, quando foram fabricados 214,7 mil veículos.
“É o segundo mês consecutivo em que há uma queda na produção. Pra compensar esses valores, teremos de ter um segundo semestre muito mais forte para que alcancemos a previsão do final do ano. No acumulado ainda estamos positivos, em 7,8%”, disse o executivo.
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