por que a agropecuária fluminense precisa de prestígio e visão – Manchete RJ – Notícias do Estado do Rio de Janeiro

Por Claudio Caiado No imaginário de quem vive na capital ou na Região Metropolitana do Rio deJaneiro, a agropecuária muitas vezes aparece como algo distante, periférico ou dopassado. Engano. Ainda que nossa economia estadual tenha um forte perfil urbano,o campo


Por Claudio Caiado

No imaginário de quem vive na capital ou na Região Metropolitana do Rio de
Janeiro, a agropecuária muitas vezes aparece como algo distante, periférico ou do
passado. Engano. Ainda que nossa economia estadual tenha um forte perfil urbano,
o campo fluminense continua desempenhando um papel essencial para a vida de
milhões de pessoas, especialmente no que diz respeito ao abastecimento alimentar,
à geração de empregos no interior e à preservação ambiental.

Foi com esse espírito que apresentamos e aprovamos, na ALERJ, a Lei nº
10.787/2025, que reconhece como de relevante interesse social e econômico a
criação e o desenvolvimento das raças de cavalos Campolina e Mangalarga
Marchador no estado do Rio de Janeiro. Mangalarga é a maior raça da América
Latina e a equinocultura emprega, no Brasil, mais do que a indústria automobilística.

Essas raças não são apenas parte do nosso patrimônio cultural: representam um
setor produtivo dinâmico, que movimenta milhares de empregos diretos e indiretos.
A criação de cavalos está presente em diversas regiões, impulsionando cadeias que
vão desde a produção de ração e medicamentos até o turismo rural e a realização
de feiras agropecuárias, como as de Campos dos Goytacazes, que reúnem
tradição, inovação e negócios em uma mesma arena.

Mas a relevância da agropecuária também vai muito além da equinocultura. No
estado do Rio de Janeiro, há cerca de 60 mil estabelecimentos agropecuários,
sendo que mais de 80% deles são de agricultura familiar. Essa produção abastece
diretamente a capital e sua região metropolitana, onde vive quase 75% da
população fluminense, com alimentos frescos, como hortaliças, frutas, leite, ovos,
legumes e cereais.

Produzir alimentos perto de onde eles são consumidos é uma estratégia de
soberania alimentar. Isso reduz a dependência de longas cadeias logísticas, diminui
o desperdício, garante maior controle de qualidade e ainda ajuda a combater a
inflação dos alimentos. Em tempos de eventos climáticos extremos e crises globais,
ter produção agrícola regional forte e resiliente é questão de segurança pública e
planejamento estratégico.

As feiras agropecuárias, muitas vezes vistas, erroneamente, apenas como eventos
festivos, cumprem um papel essencial nesse cenário. Elas aproximam o campo da
cidade, promovem negócios, divulgam novas tecnologias, capacitam os produtores
e valorizam os produtos locais. Mais que festas, são fóruns vivos de desenvolvimento regional.

O campo fluminense merece mais atenção. Com políticas públicas bem direcionadas, incentivo à agricultura familiar, apoio à agroecologia e valorização de setores como a equinocultura, podemos gerar renda, proteger o meio ambiente e garantir alimentos de qualidade à mesa dos fluminenses.

A agropecuária não é passado. É presente e é futuro. E nós, como Estado, temos o
dever de garantir seu reconhecimento, sua valorização e sua integração ao
desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro.

Claudio Caiado é Deputado Estadual (PSD) e membro efetivo da Comissão de
Agricultura Pecuária e Políticas Rural Agraria e Pesqueira da ALERJ.



Conteúdo Original

2025-08-07 14:10:00

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